Divertículo de Zenker no Diagnóstico Diferencial de Disfagia

Autores

  • Carolina Seabra Pacheco Gabrielli Alcântara Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcela Santos Carvalho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Andrea Magaginini Torres Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Wendy Carmo Aguiar Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Elora Silva Lopes Leitão Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Janine Capobiango Martins Médica Residente em Clínica Médica – Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa.
  • Nathália Monerat Rinto Blazuti Barreto Médica Residente em Clínica Médica – Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.768.1.2014

Palavras-chave:

Divertículo de Zenker, Disfagia, Caquexia

Resumo

Introdução: O Divertículo de Zenker (DZ) é considerado um pseudo-divertículo (de pulsão), pois é constituído pela herniação da mucosa hipofaríngea através de uma área frágil entre as fibras oblíquas dos músculos faríngeo inferior e cricofaríngeo, em combinação com altas pressões intraluminais.1,2 Pelo pequeno desconforto que o paciente apresenta no inicio do quadro, geralmente procura o médico já com divertículo de médio a grande volume (médio: 2-4 cm; grande: >4 cm)3 .Já os divertículos pequenos de Zenker geralmente são assintomáticos, mas quando crescem a ponto de reter alimentos e saliva, podem causar disfagia, halitose e aspiração.4,5 Os principais sintomas apresentados são: disfagia cervical (89,8%), regurgitação de alimentos (71,8%), tosse (30,7%) e perda de peso (25,6%).1,3 Habitualmente aparece em pacientes com mais de 60 anos de idade e mostra uma proporção de dois homens para uma mulher 4,6,7 Os portadores da doença apresentam-se com quadro clínico típico, como já citado e de fácil confirmação diagnóstica pela radiografia contrastada do esôfago-estômago-duodeno.5 O tratamento consiste em diverticulectomia cirúrgica e miotomia cricofaríngea, ou marsupialização na qual um dispositivo de grampeamento endoscópio é usado para a incisão muscular.3 Não há evidência que suporte o apelo de que a abordagem endoscópica é melhor que os procedimentos cirúrgicos "antigos"; o tratamento endoscópico e cirúrgico do DZ têm resultados comparáveis para segurança e efetividade; e a pesquisa cirúrgica sobre esse tema necessita de trabalhos que propiciem um maior nível de evidências.4 A vantagem que o tratamento endoscópico tem sobre a cirurgia é que pode ser realizado com anestesia tópica da orofaringe, já que a doença é mais comum nas idades mais avançadas com os doentes muitas vezes com comprometimento cárdio-respiratório, impossibilitando uma anestesia geral.2 Objetivos: Apresentar um relato de caso sobre DZ e breve análise de artigos publicados em periódicos científicos indexados ou textos de livros que abordem o tema direta ou indiretamente, visando melhor conhecimento sobre este relevante tema. Relato de Experiência: C. S., 66 anos, tabagista de longa data, estilista e diabético, morador da cidade de Barra Mansa/RJ, deu entrada no hospital de nível terciário, com queixa de dor abdominal associada a episódios de hematêmese. Relatou disfagia para alimentos sólidos, perda ponderal nos últimos seis meses de aproximadamente 10kg. Ao exame: facies caquética, hipocorado (2+/4+); desidratado (1+/4+); aparelho cardiovascular, respiratório e digestório normais; durante a internação foi realizado a endoscopia digestiva alta (EDA) que foi inconclusiva devido à presença de restos alimentares e obstrução esofágica proximal impedindo progressão no trato gastrointestinal, sugerindo a presença de divertículo esofágico e/ou acalasia. Optouse por solicitar a seriografia baritada do esôfago para esclarecimento do processo obstrutivo a qual evidenciou DZ. Foi solicitada a tomografia computadorizada (TC) cervical que evidenciou um espessamento do esôfago proximal, sem nenhuma outra alteração sugestiva de neoplasia. Diante disso foi pedido o parecer para a cirurgia e segue em pré operatório. Conclusão: A principal suspeita diagnóstica foi neoplasia, pois o paciente apresentava alta carga tabágica associada a importante perda ponderal, induzindo o raciocínio clínico para uma doença mais grave. Conforme exposto no relato, uma simples seriografia baritada de esôfago poderia fazer o diagnóstico de DZ, reduzindo o tempo de internação hospitalar, gastos com exames desnecessários e resolução rápida e eficaz da patologia apresentada.

Referências

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Palavras-chave: Divertículo de Zenker; Disfagia; Caquexia.

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Publicado

04-10-2014

Como Citar

Seabra Pacheco Gabrielli Alcântara, C., Santos Carvalho, M., Magaginini Torres, A., Carmo Aguiar, W., Silva Lopes Leitão, E., Capobiango Martins, J., & Monerat Rinto Blazuti Barreto, N. (2014). Divertículo de Zenker no Diagnóstico Diferencial de Disfagia. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 1. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.768.1.2014

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