Dermatite Herpetiforme

Autores

  • Amanda Moreira Pimentel Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Carolina Seabra Pacheco Gabrielli Alcântara Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Juliana Oliveira da Silveira Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.764.1.2014

Palavras-chave:

dermatite herpetiforme, bulose, glúten

Resumo

Introdução: Dermatite herpetiforme (DH) é uma doença cutânea mediada por IgA, crônica, manifestando-se com intenso prurido e sensação de queimação em lesões polimórficas: pápulas eritematosas, placas urticariformes, vesículas e bolhas3,5,8. As lesões mais características são vesículas agrupadas com crescimento centrífugo, e na maioria dos casos as manifestações cutâneas se associam a enteropatia sensível ao glúten8. Os complexos imunes são compostos por anticorpos IgA e transglutaminase epidérmica, que é considerado o principal auto-antígeno3,6. Frequentemente é confundida com outras doenças auto-imunes bolhosas, dermatoses pruriginosas e condições psiquiátricas com manifestações cutâneas2,5. O diagnóstico da dermatite herpetiforme é estabelecido clinicamente, histologicamente, imunopatologicamente e sorologicamente5,7. Dieta sem glúten é o tratamento de escolha para pacientes com dermatite herpetiforme15,17. Objetivo: Apresentar breve análise de textos publicados em periódicos científicos indexados ou em livros de Dermatologia que tratem, direta ou indiretamente, da afecção dermatológica denominada dermatite herpetiforme, visando melhor conhecimento sobre este relevante tema. Metodologia: Este artigo será baseado em revisões bibliográficas de artigos brasileiros, disponibilizados para acesso na internet, compreendendo o período de 2000 à 2013, por meio de pesquisas realizadas no SCIELO, LILACS, PUBMED e MEDLINE, tendo como prioridade os artigos mais recentes, e tendo como principais livros de referência: AZULAY, David Rubem; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Dermatologia. 5. ed., 2008; HABIF, Thomas P. Dermatologia clínica. 5. ed. 2012.; MIOT, Hélio Amante; MIOT, Luciane Donida Bartoli. Protocolo de condutas em dermatologia. 2012..; SAMPAIO, Sebastião A. P. RIVITTI. Dermatologia. 3. ed. 2007.; SANTOS, Omar Lupi da Rosa; CUNHA, Paulo R. Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 2. ed. 2012. O tipo de pesquisa será qualitativa, servindo como base para confecção de um artigo de revisão bibliográfica. Discussão: A DH geralmente surge entre a segunda e quinta décadas de vida, evolui por surtos e não compromete o estado geral2,5. DH é uma doença auto-imune bolhosa subepidérmica crônica, caracterizada por lesões cutâneas e acometimento intestinal10. As lesões de pele incluem erupção polimórfica, distribuída principalmente nas áreas extensoras8,11,16. São lesões geralmente simétricas e acompanhadas por prurido de forte intensidade1. Estes sintomas são geralmente associados a enteropatia sensível ao glúten11,15 . A maioria dos pacientes apresenta sintomas durante anos, mas aproximadamente um terço atinge remissão permanente1,3,7. Outros sinais podem acompanhar a DH, como anemia, osteopenia, osteoporose, alterações dentárias, infertilidade e aborto, e sua associação com outras doenças autoimunes é bastante comum6,8. Tanto a DH quanto a doença celíaca são distúrbios multifatoriais em que fatores desencadeantes genéticos e ambientais desempenham um papel crucial, conduzindo a lesões específicas da pele e do intestino delgado, respectivamente14,15. Conclusão: Sendo a DH uma doença rara e freqüentemente confundida com outras condições dermatológicas pruriginosas, é extremamente importante ser reconhecida pelos médicos para que se previna o agravamento dos sintomas, uma vez que a doença representa um alto risco de implicações sistêmicas e potencialmente graves.

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Publicado

04-10-2014

Como Citar

Moreira Pimentel, A., Seabra Pacheco Gabrielli Alcântara, C., & Oliveira da Silveira, J. (2014). Dermatite Herpetiforme. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 1. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.764.1.2014

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