Lesão neoplásica obstrutiva do trato gastrointestinal

um relato de caso

Autores

  • Andrea Magagnini Torres Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Carolina Seabra Pacheco Gabrielle Alcântara Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcela Santos Carvalho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Wendy Carmo Aguiar Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Elora Silva Lopes Leitão Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Janine Capobiango Martins Médica residente em Clínica Médica em Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa.
  • Nathália Monerat Pinto Blazuti Barreto Médica residente em Clínica Médica em Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa.

Palavras-chave:

Obstrução, Neoplasia, Gastrointestinal

Resumo

Introdução A obstrução intestinal ocorre quando a propulsão do conteúdo em direção ao ânus sofre interferência. Aproximadamente um quinto das cirurgias por quadros de abdome agudo são de pacientes com obstrução intestinal³. Atualmente, as aderências constituem a principal causa de obstruções gastrointestinais. Hérnia inguinal estrangulada é a segunda causa seguida de neoplasias. Esses três agentes etiológicos respondem por mais de 80% de todas as obstruções³. Os sintomas gerais das obstruções são: dor, náuseas e vômitos, parada da eliminação de gases e fezes e distensão abdominal. A dor é tipicamente em cólica, de início brusco, em salva, ocorrendo a intervalos regulares, de localização epigástrica, periumbilical ou hipogástrica, dependendo do nível da obstrução5. No caso das neoplasias a causa é multivariada e os componentes de risco conhecidos podem ser infecção gástrica pelo Helicobacter pylori; idade avançada e gênero masculino; hábitos de vida; exposição à drogas, como o tabagismo; associação com doenças, como gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal da mucosa gástrica; história pessoal ou familiar de algumas condições hereditárias, como o próprio câncer gástrico¹. Objetivo Relatar um caso sobre lesão tumoral obstrutiva em trato gastrointestinal (TGI) ocorrido em instituição de nível terciário. Relato de caso C.F, masculino, 50 anos, deu entrada no pronto socorro queixando-se de vômitos, queda no estado geral e emagrecimento. Negou hipertensão arterial sistêmica, diabetes e alergias medicamentosas. Ao exame, apresentou abdome plano, flácido, doloroso em epigástrio com massa palpável. Demais sistemas sem alterações. Já possuía seriografia abdominal evidenciando hérnia de hiato e imagem sugestiva de úlcera duodenal. A hipótese diagnóstica ao momento foi úlcera crônica ou neoplasia. O paciente foi internado e o hemograma demonstrou leucocitose de 14.500 com 3% de bastões, bem como discreta anemia normocítica e normocrômica. No sétimo dia de internação, houve queda nos leucócitos e dosada gastrina, cujo resultado estava aumentado. O emagrecimento e os vômitos levaram à nutrição parenteral. A EDA (Endoscopia Digestiva Alta) evidenciou esofagite erosiva grau B de Los Angeles e lesão vegetante em corpo e antro gástrico (BORRMANN III); a biópsia da lesão foi enviada para histopatológico e exames para estadiamento foram solicitados. Após piora do quadro álgico, a equipe de cirurgia optou por intervenção, que foi realizada no trigésimo dia de internação hospitalar. A Tomografia Computadorizada (TC) de abdome não evidenciou focos metastáticos. A cirurgiã relatou carcinomatose peritoneal, com implantes peritoneais em fundo de saco de Douglas, intestino delgado e omento, coletando material para biópsia. Pela extensão da lesão, optouse por uma cirurgia paliativa: gastrojejunostomia látero-lateral com o objetivo de manter o trato gastrintestinal do paciente pérvio a alimentos. Conclusão Atualmente o paciente recupera-se da cirurgia e a equipe médica aguarda resultado do exame histopatológico para definição da neoplasia, avaliação e conduta. Evidenciou-se a importância do reconhecimento dos principais sintomas e sinais das lesões do TGI e seus possíveis diagnósticos diferenciais, bem como etapas a serem seguidas para o correto manejo desse paciente, desde o diagnóstico precoce até o tratamento.

Referências

BEVILACQUA, Ruy Geraldo. Obstrução Intestinal. Allgower, M. & Bevilacqua, R.J. Ed. Manual de Cirurgia. São Paulo, E.P.U. Springer, 442-454, 1981.

BIRONILI, Dário. Obstrução Intestinal. Speranzini, M.B. & Oliveira, M.R. Ed. Manual do Residente de Cirurgia. 3ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan S.A., 201-208, 1988.

GOLIGHER, John. Cirurgia do Ânus, Reto e Colo, Ed. Manole LTDA, 5ª edição, vol. 1, 4: 1149-1161, 1990.

PINOTTI, Henrique Walter. Obstrução Intestinal. Tratado de Clínica Cirúrgica do Aparelho Digestivo. Ed. Atheneu, vol.2, 723-741. 1984.

RAIA, Arrigo Antônio. Obstrução Intestinal. Raia, A.A. & Zerbini, E.J. Ed. Clínica Cirúrgica Alípio Corrêa Netto. 4ª ed. São Paulo, Sarvier, vol. 4, 389-404, 1998.

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Publicado

04-10-2014

Como Citar

Magagnini Torres, A., Seabra Pacheco Gabrielle Alcântara, C., Santos Carvalho, M., Carmo Aguiar, W., Silva Lopes Leitão, E., Capobiango Martins, J., & Monerat Pinto Blazuti Barreto, N. (2014). Lesão neoplásica obstrutiva do trato gastrointestinal: um relato de caso. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 1. Recuperado de https://conferencias.unifoa.edu.br/congresso-medvr/article/view/783

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