Apendagite epiplóica no diagnóstico difrencial de dor abdominal
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.753.1.2014Palavras-chave:
apendagite epiplóica, apendicite epiplóica, epiploitite hemorrágica, epiplopericoliteResumo
Introdução: A apendagite epiplóica (AE) é uma doença inflamatória abdominal incomum, benigna e auto-limitada1,2. Resulta da torção, isquemia e inflamação espontânea de um apêndice epiplóico2,3. Atinge indivíduos entre a segunda e quinta décadas de vida, com incidência parecida entre homens e mulheres2. A apresentação clínica mais frequente é dor abdominal aguda localizada principalmente em quadrante inferior esquerdo (QIE), em paciente com bom estado geral e afebril. Todavia, pode simular quadro de abdome agudo, levando ao diagnóstico incorreto de apendicite ou de diverticulite aguda1. O diagnóstico é obtido por meio da tomografia computadorizada (TC) de abdome. A resolução completa do quadro clínico se dá com tratamento conservador e ambulatorial1,2,3. Consiste na administração de analgésicos e anti-inflamatórios, com a melhora completa dos sintomas em torno de 3 a 14 dias3. Objetivos: Apresentar um caso de uma paciente atendida em unidade terciária de saúde que apresentou AE e fazer uma breve análise de artigos publicados em periódicos científicos indexados que tratem da afecção inflamatória, visando melhor conhecimento sobre este relevante tema. Relato de Experiência: T.P.F, 50 anos, sexo feminino, tabagista, moradora do interior do Rio de Janeiro, procurou o pronto socorro de hospital terciário, no dia 23 de maio de 2014, com queixa de dor em fossa ilíaca esquerda (FIE) há, aproximadamente, 2 dias. No exame físico, a paciente estava corada, hidratada, anictérica e acianótica. Aparelho cardiovascular e respiratório sem alterações, aparelho digestório apresentava dor à palpação superficial e profunda em FIE, associada à descompressão dolorosa em mesmo local. Exames laboratoriais sem alterações. À admissão, foi iniciado Ceftriaxone, devido à possibilidade de Diverticulite Aguda. Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de abdome total que evidenciou densificação da gordura adjacente ao cólon descendente, sugerindo processo inflamatório/infeccioso: apendagite epiplóica, sem evidência de coleção ou abcesso bem organizado. Como achado ocasional, apresentou colelitíase e cisto cortical em rim esquerdo. Após, associou-se Metronidazol ao Ceftriaxone e Tenoxican por 21 dias. Apresentou melhora clínica e redução do processo inflamatório pericólica em FIE. Recebeu alta em seguimento ambulatorial. Conclusões: Sendo a AE uma condição clínica incomum e facilmente confundida com quadros de abdome agudo, é extremamente importante o seu reconhecimento por permitir a redução dos custos e da morbimortalidade de um procedimento cirúrgico desnecessário.
Referências
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