Cisto hepático gigante

relato de caso

Resumo

Introdução: O cisto hepático simples é uma condição benigna, que acomete 2.5- 5% da população. Os cistos pequenos, geralmente assintomáticos são achados em exames de imagem, já os grandes cistos tendem a ser sintomáticos, podendo evoluir com complicações como compressão, hemorragia, infecção, e mais raramente, ruptura extraperitoneal, exigindo cirurgia. Relato de caso: M.S.A., 45 anos, masculino, negro, procura o Hospital São João Batista, com de aumento do volume abdominal há 5 meses. Há 1 semana surgiram vômitos e dor abdominal. Ao exame físico, regular estado geral, lúcido e orientado, hipocorado +/4+, hipoidratado ++/4+, acianotico, anictérico. Abdome globoso cuja palpação sugeria um abdome ascítico, peristáltico, maciço a percussão, levemente doloroso à palpação em quadrante superior direito, sem sinais de irritação peritoneal; demais sistemas sem alteração. Tomografia de internação mostrando grande formação cística ocupando todo abdome e pelve, medindo 26,1X 26,5 cm, deslocando alças intestinais e de origem imprecisa. Submetido à laparotomia exploradora evidenciouse volumoso cisto hepático, se estendendo de epigástrio e hipocôndrios até o hipogástrio, ocupando também os flancos. Realizada a ressecção da porção intra abdominal tendo como limite o bordo do fígado, segmentos VII e VIII, onde cisto foi seccionado, mantendo-se intacta a porção intra-hepática (cápsula 445g, 6l de conteúdo). O exame histopatológico revelou tratar-se de cisto hepático simples. Discussão: Os cistos hepáticos simples tem sua origem ainda pouco conhecida, mas acredita-se que a maioria se origina de alterações congênitas. Apresentam geralmente diâmetro máximo de 20cm; porém existem relatos de cistos maiores de 25 cm- cistos gigantes. Cistos grandes e sintomáticos exigem tratamento, sendo a abordagem cirúrgica a que apresenta, segundo a literatura, os melhores resultados a longo prazo. A técnica, que varia desde o destelhamento do cisto de seu leito hepático até o transplante hepático, dependerá principalmente do tamanho e da localização do cisto. Não obstante, é de extrema importância a diferenciação, intra operatória ou histopatológica, entre o cistoadenoma e o cistoadenocarcinoma, o qual exige reoperação.