Tratamento Não Cirúrgico no Trauma Hepático
Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.621.3.2016Palavras-chave:
tratamento não cirúrgico, trauma hepático, cirurgia geralResumo
O fígado devido à anatomia e tamanho é frequentemente acometido no trauma abdominal. Sua incidência tem aumentado nas últimas décadas como resultado de um crescimento no número da violência urbana e acidentes de trânsitos. O presente estudo tem por objetivo relatar o caso de um trauma hepático que foi tratado conservadoramente pelo serviço de Cirurgia Geral do Hospital São João Batista (HSJB). Relato de caso: Paciente RRB, masculino, 17 anos, natural de Volta Redonda. Vítima de colisão moto x objeto fixo no dia 05/03/2016. Conduzido imobilizado pela ambulância do SAMU ao serviço de emergência do HSJB, onde foi assistido pela Cirurgia Geral. Na entrada estava verbalizando, lúcido e orientado, Escala de Coma de Glasgow 15/15. Queixava-se de dor torácica inspiratória. Ao Exame: Corado, hidratado, acianótico e eupneico. Parâmetros hemodinâmicos - PA: 110X80 mmHg; Fc: 110bpm; sat: 96% e Fr: 19ipm. Ap Respiratório: MV abolido em HTD; Dor a palpação em arcos costais direito. ABD: indolor a palpação e sem sinal de irritação peritoneal. Exames de admissão: Fratura de 3 arcos costais com pneumotórax e fratura de processo transverso de 3ª,4ª e 5ª vertebras lombares em radiografia e Ht 44,7% e Hb 15,7 g/dl. Realizada drenagem torácica em selo d´água. Após 24 horas evoluiu com dor abdominal e ao exame físico apresentava dor a palpação em hipocôndrio direito. Foi solicitado TC de abdome que não mostrou alteração, porém houve queda no hematócrito 40,6%. No dia 08/03/2016 foi solicitada nova TC de abdome, uma vez que o paciente apresentou taquicardia, piora da dor abdominal e queda brusca do Ht 24,3% e da Hb 8,6g/dl. TC mostrou laceração hepática de lobo IV de 2ºgrau. Foram transfundidas duas bolsas de concentrados de hemácias, rotina laboratorial, monitorização contínua e cuidados intensivos. Optou pelo tratamento conservador da lesão hepática, considerando a clínica do paciente, exame físico e laboratorial. Paciente apresentou desde então estabilidade hemodinâmica, com aumento de Ht 32,7% e Hb 11g/dl e sem quedas nos dias seguintes até o 10º dia de internação. O tratamento não operatório é basicamente influenciado pela condição hemodinâmica do paciente sem sinais de choque circulatório, o grau de lesão hepática, a presença de lesões abdominais associadas e alterações neurológicas. A abordagem não cirúrgica resulta em menor incidência de complicações, menor necessidade de transfusão sanguínea e menor mortalidade, mesmo para pacientes com lesões hepáticas de maior grau, sendo assim, conclui-se que o tratamento não operatório para pacientes com trauma hepático fechado, que apresentam estabilidade hemodinâmica, tornou-se o tratamento de escolha.
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