Análise das dnv e avaliação do número de cesarianas nos bairros Vila Rica e Jardim Tiradentes, Volta Redonda, RJ

Resumo

A declaração de nascido vivo (DNV) foi implantada como um documento de identidade provisório e obrigatório, aceito em todo o território nacional. Deve ser emitida logo após o parto e reforça o direito de acesso aos serviços públicos que cada brasileiro tem ao nascer, até que a certidão de nascimento seja registrada em cartório, além de alimentar o SINASC (Sistema de Informações de Nascidos Vivos). Sua análise permite obter dados epidemiológicos importantes sobre o recém-nascido, destacando-se os dados antropométricos ao nascer e presença de anomalias congênitas. Contém dados importantes sobre a atual gestação e histórico gestacional da mãe, além da via de parto. O presente trabalho busca avaliar, através da DNV, o perfil de assistência e manejo do parto dos nascidos vivos acompanhados pela Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro Vila Rica – Jardim Tiradentes no município de Volta Redonda, RJ e comparar com o que ocorre no país e no próprio município, ressaltando os riscos e benefícios da cesariana. Para sua elaboração, foram analisadas 26 cópias das DNVs que foram encaminhadas à UBSF supracitada. Os dados obtidos também foram comparados com os disponiblizados no SINASC-DATASUS e na literatura analisada. Foram pesquisados os termos: “declaração de nascidos vivos”, “riscos e benefícios do parto cesáreo” nas plataformas Scielo, Google acadêmico, PubMed e Springer. O trabalho será avaliado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) na reunião do mês de junho. Das 26 declarações de nascidos vivos (DNV) obtidas e analisadas, 21 mulheres (80,76%) tiveram seus filhos em hospitais particulares e apenas 5 (19,24%) realizaram o parto na rede pública. Quanto ao parto, foram 23 partos cesariana (88,5%) e apenas 3 partos vaginais (11,5%). Apenas 3 mulheres realizaram menos consultas de pré-natal do que o preconizado pelo Ministério da Saúde. Quanto ao recém nascido, 4 (15,38%) nasceram prematuros, 4 crianças nasceram com baixo peso, (15,38%) e 1 nasceu com muito baixo peso (3,84%). Nenhuma criança nasceu com anomalia congênita. Todos os partos ocorridos na rede privada foram cesariana, incluindo os casos de prematuridade e baixo/muito baixo peso ao nascer. Segundo o que preconiza a OMS, a realização de cesarianas excede o recomendado. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de reforçar que o processo de educação em saúde, envolvendo uma equipe multidisciplinar, especialmente na Atenção Primária, é fundamental para o empoderamento da mãe, reforçando sua autonomia, salvo situações de risco, na escolha da via de parto.