Pré-termo tardio e a termo inicial e sua relação com o parto cesário a partir da declaração de nascidos vivos

Resumo

O objetivo deste trabalho é caracterizar os partos e nascidos vivos de mães residentes no bairro Jardim Vila Rica, do município de Volta Redonda – RJ, através dos dados secundários obtidos da declaração de nascido vivo (DNV) do ano de 2015 e relacionar o número de partos cesarianos, a interrupção da idade gestacional limítrofe ao termo e a preferência pelos hospitais particulares. Montou-se um estudo epidemiológico descritivo de coorte transversal, realizados a partir de dados da DNV. Foram analisados dados do SINASC para eventuais comparações e do IBGE para caracterizar a população da área pesquisada. O estudo ocorreu com 109 nascidos vivos de mães residente no bairro Jardim Vila Rica, todos ocorrendo em ambiente hospitalar, destes 73,39% em hospitais particulares. Entre os tipos de parto, 93,57% foram cesarianas, uma taxa absolutamente elevada, e que se justifica na população estudada em diversos fatores para tal prática, como idade materna mais elevada, 66% com mais de 30 anos, e alta escolaridade, 53,21% com mais de 12 anos de estudo. Com essa implícita escolha por partos eletivos, a partir das novas classificações de idade gestacional ao nascer, 12,84% eram pré-termos tardios e 40,2% eram a termos inicial. Analisamos que 10,9% nasceram com 36 semanas e 10,9% com 37 semanas, todos variando muito próximo aos 259 dias de gestação. Conjuntamente a estas gestações em idade limítrofe ao termo vem as complicações, nesta faixa de nascimento que destacamos (36 a 37 semanas) 57,14% estavam com peso insuficiente ao nascer (2500-2999g) e 21,24% com baixo peso ao nascer (menos que 2500g). A ambição pelos partos eletivos, assim como a idade materna elevada associada a alta escolaridade, mostraram-se desempenhar como fatores de risco para partos pré-termo tardio ou a termo inicial, assim como recém-nascido com peso insuficiente ao nascer.