Carcinoma de células escamosas de cólon e reto

Relato de caso e revisão da literatura

Autores

Palavras-chave:

Câncer colorretal, Neoplasia, Adenocarcinoma, Carcinoma, Escamoso

Resumo

O câncer de cólon e reto configuram a terceira causa de morte em homens e a segunda em mulheres relacionadas ao câncer no mundo, sendo o adenocarcinoma a histologia mais comum. O tratamento para o adenocarcinoma é bem estabelecido na literatura, todavia em relação às histologias raras como o carcinoma de células escamosas (CEC), o melhor tratamento é ainda indefinido. A raridade desta histologia limita a condução de ensaios clínicos randomizados e o tratamento é guiado com base em extrapolação de dados de adenocarcinomas e CECs de outros sítios topográficos. Descrevemos um relato de caso, de uma mulher de 73 anos cujo diagnóstico de carcinoma na junção retossigmoide se deu cerca de 6 meses após o aparecimento de sintomas intestinais típicos de neoplasia, que a levaram a realização de uma colonoscopia após piora dos sintomas. Durante a colonoscopia foram realizadas duas biópsias que revelaram o diagnóstico de carcinoma espinocelular. Diagnosticada a patologia, optou-se pela realização de uma retossigmoidectomia com linfadenectomia pélvica e, a seguir, a paciente foi encaminhada para o tratamento adjuvante com quimioterapia e radioterapia. A quimioterapia administrada foi fluorouracil infusional por 96 horas e cisplatina no primeiro dia de infusão, ciclos a cada 28 dias. O tratamento ocorreu de março a setembro de 2018. Realizados exames de imagem (tomografia de abdômen, pelve, tórax, e nova colonoscopia) ao término do tratamento adjuvante demonstrando ausência de neoplasia. A demora de 6 meses desde o início dos sintomas até o diagnóstico, e a não realização de exame de rastreamento após os 50 anos, são fatores que expõem a necessidade de implantar estratégias de rastreamento em população assintomática (população acima de 50 anos, alvo para esse tipo de rastreamento) e de treinamento e educação continuada das equipes de atenção primária quanto a necessidade de implementar propedêutica na vigência deste tipo de sintomas. Apesar do atraso no diagnóstico, foi possível identificar a neoplasia em estádio II, com implementação de cirurgia com intenção curativa para o CEC.

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Publicado

20-12-2023

Como Citar

Silvia Souza Salvato, Matheus da Costa Marques, Guilherme Maciel da Cunha Lopes, Daniely Ferreira Santos de Moraes, Biazi Ricieri Assis, & Heloisa Resende. (2023). Carcinoma de células escamosas de cólon e reto: Relato de caso e revisão da literatura. Congresso Brasileiro De Ciências E Saberes Multidisciplinares, (2). Recuperado de https://conferencias.unifoa.edu.br/tc/article/view/942

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