A importância do iodo na alimentação

Autores

  • Fernanda Sodero de Freitas Caramez Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.635.2.2015

Palavras-chave:

Carência de iodo, iodo, hipertireoidismo, hipotireoidismo

Resumo

Introdução: Em 1850, a Organização Mundial de Saúde declarou o iodo o segundo microelemento essencial à saúde. Desde então, a adoção do uso do sal de cozinha como instrumento terapêutico auxiliar na manutenção da ingestão diária mínima de iodo pela população brasileira fez do controle sanitário sobre o sal uma importante ferramenta de saúde pública. Os prejuízos à saúde decorrentes da ingestão insuficiente de iodo são sentidos desde a gestação, podendo causar abortos, mal formações fetais, aumento da mortalidade perinatal e da mortalidade infantil, lesão cerebral, manifestações neurológicas e psicomotoras, além de retardo no desenvolvimento físico e mental, que podem ser estender até a vida adulta. Objetivos Realizar uma revisão bibliográfica no que concerne à importância da suplementação de iodo na alimentação, com vistas a se evitar os danos à saúde decorrentes da carência desse microelemento. Métodos A metodologia a ser utilizada será a pesquisa on-line de artigos científicos publicados em bases como Scielo, PubMed e DynaMed, a partir das palavras-chave carência deiodo, iodo, hipertireoidismo e hipotireoidismo. Discussão A tireoide é uma glândula formada por dois lobos, unidos por um istmo, que se moldam à cartilagem tireoide. É o único órgão do corpo capaz de captar íons iodeto provenientes da dieta, daí a sua importância no metabolismo e utilização desse microelemento. O iodo foi o segundo micronutriente a ser declarado essencial para a saúde, pela Organização Mundial de Saúde, em 1850. Não pode ser estocado pelo organismo e deve ser ofertado continuamente e em pequenas doses. Dessa forma, o sal cumpre o importante papel de suprimento alimentar de iodo, devido ao seu padrão de consumo regular e igualmente acessível a toda a população. Os prejuízos à saúde, decorrentes da ingestão insuficiente de iodo são sentidos desde a gestação. A carência de iodo durante a gravidez pode causar abortos, malformações fetais, aumento da mortalidade perinatal e da mortalidade infantil, lesão cerebral, manifestações neurológicas e psicomotoras, além de retardo no desenvolvimento físico e mental. Em 1983, todas as comorbidades associadas à deficiência alimentar de iodo foram agrupadas sob a denominação de Transtornos por Deficiência de Iodo, e designados pela sigla IDD, do inglês, “Iodine Deficiency Disorders”. Constituem um sério obstáculo ao desenvolvimento social, econômico e mental da população, representando um problema de saúde pública. Além disso, a deficiência de iodo é a causa mais comum e previsível de retardo mental e danos cerebrais no mundo. O diagnóstico e tratamento das IDDs elevam diretamente os custos com saúde pública e indiretamente os gastos com educação, além de reduzir sobremaneira a produtividade do trabalho. Dessa maneira, é inevitável a conclusão de que o retorno econômico obtido através da redução de gastos com saúde e educação, aliado à melhora dos parâmetros econômicos decorrentes da extinção da deficiência de iodo superam, de longe, o investimento necessário à erradicação da carência alimentar desse micronutriente. Conclusões O iodo é um micronutriente essencial à dieta humana, devido a sua importância na síntese de hormônios tireoidianos. Não pode ser estocado pelo organismo, devendo então ser ofertado em pequenas quantidades diariamente. Dessa maneira, o produto escolhido para a suplementação de iodo no Brasil é o sal. Além disso, os gastos em saúde pública somados às perdas econômicas decorrentes desses agravos superam em muito o investimento necessário à erradicação da carência alimentar de iodo no Brasil. Daí a importância do diagnóstico precoce e prevenção da carência alimentar de iodo na atualidade.

Referências

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Publicado

15-05-2015

Como Citar

Sodero de Freitas Caramez, F. (2015). A importância do iodo na alimentação. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.635.2.2015

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