Rim policístico como causa de doenças sistêmicas

relato de caso

Autores

  • G. H. P. Santos Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • A. R. M. Sarzedas Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • A. V. Vargas Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • C. S. Cunha Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.604.3.2016

Palavras-chave:

Rim Policístico, Eritrocitose, Hipertensão Arterial Sistêmica

Resumo

A doença renal policística é caracterizada pelo crescimento progressivo e desenvolvimento de cistos renais que interferem no funcionamento do órgão. As lesões renais podem levar a alterações sistêmicas. A nefrectomia total é uma das indicações terapêuticas. A eritropoietina é um fator de crescimento liberado pelos rins que influencia a maturação dos eritrócitos. Lesões renais podem ocasionar o aumento ou diminuição da liberação desse fator. O aumento do volume renal pode causa obstrução de artéria renal ocasionando um aumento pressorico O presente estudo trata-se de um relato de caso de um paciente que apresentou eritrocitose e HAS secundária a doença renal policística. Paciente do sexo masculino, 43 anos, procurou serviço ambulatorial, por apresentar eritrocitose em um exame de rotina. Relatou uso de Enalapril 05mg/dia para tratamento de HAS, nega tabagismo e etilismo. Ao exame físico encontrava-se com espaço de Traube ocupado e sem adenomegalias. O hemograma em questão apresentava HB 22,8g/dl HT 66% LEUC 7,9 e Plaquetas de 260.000. Foi solicitada uma tomografia de abdome que apresentou um rim direito aumentado, medindo cerca de 28x19 cm com afilamento cortical difuso de aspecto multicistico. Na consulta seguinte foi observado ao exame abdominal massa palpável em hipocôndrio e flanco direito. Foi solicitado cintilografia renal que apresentou exclusão funcional do rim direito. Devido a não funcionalidade renal foi encaminhado para realização de nefrectomia unilateral direita. Após um mês da realização da cirurgia o paciente retornou ao consultório apresentando um hemograma que evidenciava a melhora do quadro de eritrocitose, e uma função renal suficiente mesmo com a retirada do rim direito. O aumento do volume renal desencadeou um estimulo para a produção de eritropoietina, além de ocluir parcialmente a passagem da arterial renal, fazendo como forma de defesa do órgão a liberação de mais eritropoietina. Com o aumento de eritrócitos, o sangue fica mais espesso e acarreta inúmeros malefícios para o organismo como o aumento pressórico. Com o resultado da cintilografia, a terapia medicamentosa não era indicada, e a nefrectomia foi a primeira linha de escolha. Os resultados após a cirurgia comprovaram que a eritrocitose desse paciente era realmente secundária ao rim policístico. O presente trabalho nos mostra que a doença renal policística pode causar alterações sistêmicas graves. Enfatizando que o monitoramento de doenças renais não devem ser descartados mesmo que a clínica direcione para outros diagnósticos.

Referências

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Publicado

12-05-2016

Como Citar

Santos, G. H. P., Sarzedas, A. R. M., Vargas, A. V., & Cunha, C. S. (2016). Rim policístico como causa de doenças sistêmicas: relato de caso. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 3. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.604.3.2016