Complicações relacionadas à mononucleose infecciosa

revisão literária

Resumo

A mononucleose infecciosa, também conhecida como angina monocítica ou doença do beijo, é uma síndrome causada pelo Epstein-Barr vírus (EBV), que geralmente acomete indivíduos entre 15 e 25 anos de idade. O vírus é transmitido entre as pessoas através da saliva (é rara a transmissão através de transfusão sanguínea ou contato sexual). Há um período de incubação de 30 a 45 dias, com período de transmissibilidade que pode durar um ano ou mais. A apresentação clínica pode ser assintomática ou apresentar-se com febre alta, odinofagia, tosse, artralgias, adenopatia cervical posterior simétrica (o que pode se generalizar), esplenomegalia, hepatomegalia discreta (raramente com icterícia) erupções cutâneas e comprometimento da orofaringe, sob a forma de faringo-amigdalite exsudativa. Frequentemente há petéquias na junção do palato mole com o duro. A linfadenopatia epitroclear é particularmente sugestiva de mononucleose infecciosa. Também pode haver exantema e edema das pálpebras. O paciente pode restabelecer-se em poucas semanas, mas alguns doentes necessitam de meses para recuperar sua saúde. (NELSON, 2014). Este é um estudo descritivo na modalidade de revisão bibliográfica em bases de dados, tendo, como descritores, mononucleose infecciosa e complicações pelo vírus Epstein-Barr (EBV). É uma doença cosmopolita. No Brasil revela maior prevalência em crianças do que em adultos, porém a suscetibilidade é geral. Como parte dos exames complementares o hemograma apresenta leucopenia, neutropenia, posteriormente leucocitose mononuclear com elevada linfocitose atípica; trombocitopenia leve ocorre em mais da metade dos pacientes, mas raramente está associada a púrpura. O hepatograma apresenta discreta elevação das transaminases hepáticas em cerca de 50% dos casos não-complicados, sendo geralmente assintomática sem icterícia. O teste rápido para detecção de anticorpos heterofilos e/ou de anticorpos específicos para EBV podem ser usados para confirmação laboratorial (TAVARES, 2007). As complicações agudas incluem manifestações neurológicas, hematológicas, cardiovasculares, pulmonares, hepáticas e renais, sendo a Síndrome de Alice no País das Maravilhas a mais característica complicação da doença, apesar de rara. Além disso, o EBV tem potencial oncogênico para desenvolvimento de neoplasias em médio e longo prazo, como linfoma de Burkitt, linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin. Contudo, um diagnóstico precoce tem se mostrado eficaz em contribuir para a redução das complicações que essa doença traz. Em conclusão, são necessários novos estudos sobre formas de rastreio da doença, no sentido detectar inicialmente e definir a melhor proposta terapêutica.