Violência contra a mulher e racismo estrutural

conexões e debates

Resumo

Esse estudo reconhece a violência como um fenômeno social e cultural, democraticamente distribuído, sem fronteiras de classe, gênero ou étnico raciais. Contudo, atinge pessoas e grupos de forma diferenciada, o que nos levou ao objetivo de refletir sobre como a violência se impõe contra as mulheres negras e pobres, ao considerarmos os aspectos que constituem uma sociedade de classe, patriarcal e racista. A partir de dados estatísticos que evidenciam desigualdades de gênero e o racismo estrutural, vimos que mulheres negras figuram como maioria nos índices de violência, como nos dados do Mapa da Violência 2020, que mostram que o homicídio de mulheres negras aumentou 12,4%, no total de 68% dos homicídios contra mulheres. Nossa abordagem foi qualitativa, com levantamento bibliográfico, hemerográfico e acesso à pesquisas nacionais, previamente realizadas por órgãos oficiais. A objetificação da mulher negra e sua inserção desigual nas relações sociais é histórica. Desde a escravidão, sofrem com diversas violências e atos desumanos, e em um meio sexista, eram objetos de prazer disponíveis. Evidencia-se a necessidade continuada de luta/ resistência do povo negro, em particular das mulheres, como pauta política e urgente.