Tumor Estromal (GIST) de Antro Gástrico

Autores

  • Celso José Cobianchi Filho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Rafaela Ladeira da Silva Melo Campos Barreto Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcelo Betim Paes Leme Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcela Souza Cruz Oliveira Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Evandro de Moraes e Silva Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.842.1.2014

Palavras-chave:

GIST, tumor estromal, estômago, gastrectomia

Resumo

Introdução: Os tumores estromais constituem as neoplasias mesenquimais mais comuns do tubo digestivo. Originam-se primariamente das células intersticiais de Cajal, localizadas na camada muscular própria e ao redor do plexo mioentérico de todo o trato gastrointestinal, responsáveis pelas contrações peristálticas. Localizam-se com maior frequência no estômago (60%), sendo mais comum na porção proximal. Objetivos: Este relato de caso descreve um GIST de antro gástrico. Relato de Experiência: Mulher, 60 anos, branca, diabética e hipertensa, foi admitida com queixa de epigastralgia e dor lombar. Internada para investigação diagnóstica, a ultrassonografia abdominal demonstrou massa heterogênea arredondada que se relaciona com o corpo pancreático, medindo 89x74x68 mm e volume total de 240 cm3. A tomografia computadorizada de abdome demonstrou massa de baixa densidade, contorno regular, com origem na parede gástrica, medindo 8,4 cm. No ato operatório, foi encontrada massa tumoral lisa e circunscrita em parede gástrica, comprometendo a pequena curvatura e a incisura angular. Realizou-se antrectomia, com confecção de Y de Roux com anastomose gastro-jejunal término-lateral. A evolução pós-operatória foi satisfatória. O exame histopatológico demonstrou neoplasia de células fusiformes. A análise imunohistoquímica revelou CD117 (Kit) e CD34 difusamente positivos, que associada aos aspectos histológicos concluiu tratar-se de tumor estromal gastrointestinal. Resultados: Os tumores estromais expressam a proteína Kit (CD117), um receptor transmembrana responsável por várias funções celulares. No GIST, a mutação no gene Kit leva a uma ativação constitutiva, causando um estímulo sem oposição para proliferação celular. Os GISTs que não apresentavam esta mutação, apresentam mutações em um gene homólogo: PDGFRα. Estas mutações, presentes em 85% a 90% dos GISTs, resultam em oncoproteínas que são utilizadas no diagnóstico e como alvo terapêutico. A maioria dos GISTs também é positiva para o CD34. Não há sistema atual de estadiamento para GIST, mas fatores como alta frequência mitótica, atipia celular, necrose ou invasão local, e tamanho do tumor acima de 5cm representam alto grau de malignidade. O tratamento do GIST não metastático consiste na ressecção marginal do estômago (com margens de 1 a 2 cm) checadas por congelação. Não há benefício da ressecção alargada de tecidos não envolvidos. A metástase linfática é rara, por isso dispensa linfadenectomia. A conduta padrão após a ressecção completa é a observação. Muitos pacientes apresentam recidiva apesar da ressecção cirúrgica completa do tumor primário. De acordo com a literatura, somente 10% dos pacientes estão livres de doença após 10 anos de acompanhamento. Conclusão: Os GISTs são raras neoplasias mesenquimatosas do trato gastrointestinal, com uma incidência anual de 11 a 15 casos por milhão nos estudos baseados na população caucasiana. São tumores CD 117 (kit) positivos (90%), produzidos por mutação genética. O diagnóstico baseia-se na morfologia e no perfil imunohistoquímico. A ressecção cirúrgica é o tratamento principal, e a linfadenectomia não deve ser realizada por rotina, já que as metástases para os gânglios linfáticos são raras. Quanto à terapia adjuvante, faltam estudos que demonstrem o benefício da mesma.

Referências

Valadão M, Linhares E, Castro L, Pinto C E, Lugão R, Quadros C, Martins I. GIST gástrico – Experiência do INCA. Revista Brasileira de Cancerologia 2004; 50(2): 121-126

Valadão M, Linhares E, Mali J, Sousa J, Stoduto G. Novas perspectivas do tratamento do GIST. Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(4): 373-379.

Graadt van Roggen JF, van Velthuysen ML, Hogendoorn PC. The histopathological differential diagnosis of gastrointestinal stromal tumours. J Clin Pathol 2001; 54:96.

Miettinen M, Lasota J. Gastrointestinal stromal tumors--definition, clinical, histological, immunohistochemical, and molecular genetic features and differential diagnosis. Virchows Arch 2001; 438:1.

Liegl-Atzwanger B, Fletcher JA, Fletcher CD. Gastrointestinal stromal tumors. Virchows Arch. 2010;456:111–127.

Downloads

Publicado

04-10-2014

Como Citar

Cobianchi Filho, C. J., Ladeira da Silva Melo Campos Barreto, R., Betim Paes Leme, M., Souza Cruz Oliveira, M., & de Moraes e Silva, E. (2014). Tumor Estromal (GIST) de Antro Gástrico. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 1. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.842.1.2014

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)