Relato De Caso Clínico
Síndrome Ictero – Hemorrágica
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.819.1.2014Palavras-chave:
Síndrome Íctero-hemorrágica, Leptospirose, Hepatopulmonar, morbi-mortalidadeResumo
Introdução: Definida também como Síndrome Hepatopulmonar, a Síndrome Íctero-Hemorrágica caracteriza-se por habitualmente três fatores fundamentais na patogênese, hepatopatia avançada, alterações na hematose e vasodilatação com shunt intrapulmonar, na ausência de demais co-morbidades intrínsecas, sendo que o fator responsável por agudização e gravidade da síndrome é a disfunção/ insuficiência hepática, conforme descrito no caso clínico relatado (KNOBEL, 2006). Objetivos: O presente relato de caso clínico tem por objetivos gerais, evidenciar aspectos relevantes da patogênese da Síndrome Hepatopulmonar, especialmente quando agudizada por hepato-disfunções severas, quando o paciente já apresenta grau expressivo de icterícia, discrasias sanguíneas e insuficiência renal, necessitando de diálise em virtude de oligúria/ anúria. Especificamente, também discutimos a dificuldade diagnóstica quanto a etiologia desta síndrome, especialmente pela similaridade sindrômica com algumas etiologias infecciosas, como a Leptospirose. Relato de Experiência: Paciente transferido para UTI-IIER de Sapopemba, morador de rua, etilista crônico, com quadro clínico de síndrome ictérico-hemorrágica, sendo interrogada Leptospirose como principal hipótese diagnóstica, admitido em SARA, intubado previamente, mas com sangramento profuso, especialmente pelo tubo orotraqueal, evidenciando a radiografia de tórax (PA/ Perfil) imagem radiológica sugestiva de microconsolidações e espessamento de septos interalveolares (formato de asa de borboleta = que sugere Leptospirose a despeito da primeira sorologia ser negativa). Paciente mantido com dispositivos invasivos (CVC, PAI = será suspensa, Schilley e IOT, persistindo com sangramento alveolar impossibilitando progredir desmame de ventilação mecânica com PEEP elevada (14–20), fazendo bom volume corrente, frequência respiratória e Fi02 variável. Em uso de Meropenem + Polimixina B + SMX/ TMP (Profilático) + Vancomicina por 14 dias (já suspensa) + Proteção Gástrica + Clexane SC (Profilaxia TVP/ TEP). Em hemodiálise, será suspensa. Em avaliação para indicação de Pulsoterapia (suspeita de vasculite auto-imune - Wegener, Goodpasture, Poliarterite nodosa, ...), solicitado ANCA, FAN, FR e demais anticorpos, além de estar em andamento a 2ª. Sorologia para Leptospirose. Paciente estável hemodinamicamente e parâmetros ventilatórios sem alterações. Conclusão: Em suma, concluímos pelo presente relato de caso clínico a dificuldade diagnóstica em certos casos de Síndrome Hepatopulmonar, especialmente quando de hepatodisfunções graves com discrasias sanguíneas importantes sobretudo alveolares e que possivelmente a melhor terapêutica para esses pacientes, sem uma etiologia infecciosa, é a transplantação mesmo porque o máximo de sobrevida em terapia de suporte para estes é de 20-40% dos casos em 2 anos e meio devido a elevada morbi-mortalidade.
Referências
III CONSENSO BRASILEIRO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA. Ventilação mecânica na Lesão Pulmonar Aguda (LPA)/ Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA). J. Bras. Pneumol. 2007; 33(Supl 2): S 119-S 127;
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KNOBEL, E. ET. AL. Condutas no Paciente Grave. Vol. 1, 3ª. Edição, Editora
Atheneu, São Paulo (SP), 2006.
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