Uso de antibiótico em otite média aguda

Autores

  • Laís Maia Cezar Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Bernardo Guimarães Tinoco Ayres Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Maria Cecília Siqueira Ferreira Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Rafaela Vieira Canettieri Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Ricardo Barbosa Pinheiro Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.744.2.2015

Palavras-chave:

Otite média aguda, antibiótico

Resumo

Introdução: A otite media aguda (OMA), apesar de ser uma comorbidade muito comum na pediatria, tem seu diagnóstico feito com dificuldade e seu tratamento controverso, a respeito do uso de antibióticos. O uso inapropriado de antibióticos favorece a seleção de bactérias resistentes, atingindo toda a comunidade, sendo assim essencial desenvolver estratégias efetivas para restringir o uso de antibióticos sem prejudicar as crianças que realmente precisam desses medicamentos. Objetivos: Analisar os resultados de estudos randomizados e controlados sobre critérios clínicos e laboratoriais utilizados para diagnóstico e tratamento da otite média aguda, a respeito do uso de antibióticos. Metodologia: Levantamento dos estudos randomizados e controlados sobre o tema, publicados no Medline e Scielo, de 2000 a 2006. Resultados: Nesta revisão, faz-se uma análise crítica dos resultados de estudos controlados sobre critérios clínicos e laboratoriais utilizados para diagnóstico e tratamento da OMA, tendo por objetivo mostrar as pesquisas feitas para o uso restrito de antibiótico em seu tratamento, apresentando suas vantagens: como a resolução mais rápida dos sinais e sintomas e sem necessidade do abuso de antiinflamatórios; e as desvantagens de seu uso: a resistência bacteriana e sua seleção. Discussão: A OMA é a inflamação da mucosa que reveste a cavidade timpânica, podendo ter etiologia viral ou bacteriana. No entanto, um dos maiores problemas na avaliação de crianças com queixa de otalgia é diferenciar a OMA da otite média com efusão, que apresenta menor taxa de complicações. O diagnóstico de OMA inclui o início abrupto de otalgia, irritabilidade, otorreia, letargia, anorexia, vômitos, diarreia e febre, associados à presença de fluido na orelha média (abaulamento/ opacificação da membrana timpânica, diminuição de mobilidade, nível ar/fluído atrás ou otorreia aguda) e eritema da membrana. A OMA é uma das infecções mais comuns na criança e o principal motivo para o uso de antibióticos em crianças. Estima-se que, aproximadamente, 80% das OMA em lactentes sejam causadas por bactérias, com destaque para três agentes: S.pneumoniae, H. Influenzaenão-tipáveis e M. Catarrhalis. Há estudos que relatam que a evolução clínica de uma criança com OMA que recebe antibioticoterapia é o de uma resolução notável dos sinais clínicos nas primeiras 48 a 72 horas. As crianças que recebem antimicrobianos se recuperam mais rapidamente, com maior frequência do que as que estão apenas sendo observadas. Entretantoessa evidência sustenta a necessidade de melhorarmos a exatidão diagnóstica. Um estudo randomizado recentemente publicado sobre a evolução da OMA revelou que o desaparecimento da efusão na orelha média em crianças ocorre em média 7,5 dias após o início do tratamento com amoxicilina e que 69% das crianças têm resolução do problema, após 14 dias. As crianças com OMA unilateral apresentaram resolução mais rápida da efusão do que aquelas com efusão bilateral (5 vs. 10 dias) e a bilateralidade da OMA foi fortemente associada com maior risco de falha terapêutica após 2 semanas, independentemente do antibiótico utilizado.Com medo de complicações da OMA como a mastoidite aguda, médicos tendem a receitar mais antibióticos. No entanto, foi comprovado que apesar de ser feito menos antibióticos (apenas 31%), o número de casos com complicação por mastoidite aguda excede em 2 a cada 10000 pessoas por ano, assim, a diferença que existe é mínima. As vantagens que se tem em não administrar antibióticos na OMA seria a redução no número de efeitos colaterais causados pelos antibióticos e redução na resistência dos micro-organismos aos antibióticos. Conclusão: Deve-se manter um equilíbrio, já que as pesquisas ainda são insuficientes e apresentamos grandes problemas de diagnóstico a respeito da OMA. Nos casos em que o diagnostico é exato, os antibióticos são claramente benéficos, especialmente em grupos de alto risco definidos. A OMA evolui bem sem seu uso e a orientação para uso de analgésicos/antitérmicos deve ser a primeira medida para tratá-la. Tal conduta só é válida se a criança tiver mais de seis meses e não apresentar comorbidades nem sinais e sintomas de doença grave.

Referências

NETO, L. J. F.; et al. Fatores de risco para otite média aguda recorrente: onde podemos intervir?- uma revisão sistemática da literatura. Jornal de pediatria, Porto Alegre, v. 82, n. 2, mar./abr. 2006.

ROSENFELD, R. M.; KAY, D. Natural history of untreated otitis media. Laryngoscope, v. 113, p. 1645-1657, 2003.

SIH, T. M.; BRICKS, L. F. Otimizando o diagnóstico para o tratamento adequado das principais infecções agudas em otorrinopediatria: tonsilite, sinusite e otite média. Rev. Bras. Otorrinolaringol, São Paulo, v. 74, n. 5, Sept./Oct., 2008.

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Publicado

15-05-2015

Como Citar

Maia Cezar, L., Guimarães Tinoco Ayres, B., Siqueira Ferreira, M. C., Vieira Canettieri, R., & Barbosa Pinheiro, R. (2015). Uso de antibiótico em otite média aguda. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.744.2.2015

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