Interferência da religiosidade na qualidade de vida do paciente oncológico

Autores

  • Jeannie Delgado Oliveira Marinho Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Maria Vitória Cozzi Cartagena Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Danielli Rodrigues Leite Silva Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Walter Luiz Sampaio Fonseca Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • Marcilene Fonseca Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.698.2.2015

Palavras-chave:

Religiosidade, oncologia

Resumo

Introdução: Atualmente, muitas pesquisas estão sendo feitas com o objetivo de demonstrar a interferência da espiritualidade na saúde, portanto muitas faculdades de medicina de todo o mundo apresentam esses temas aos alunos como disciplina curricular. Muitas pesquisas revelam que comportamentos religiosos influenciam na saúde dos seres humanos. Uma pesquisa feita nos EUA mostrou que pessoas que frequentam cultos religiosos ou creem em fenômenos espiritualistas têm melhores respostas a tratamentos, melhor qualidade de vida, maior expectativa de vida, além de, em casos de doenças terminais, o momento “fim-de-vida” ser mais tranquilo e brando. Pesquisas ainda apontam que pessoas mais velhas que participam de atividades religiosas apresentam menos sintomas de debilidade física na velhice e menores taxas de depressão, ansiedade crônica e demência. A neurociência, através de métodos de imagens, afirma que durante a prece o cérebro melhora suas funções orgânicas, alterando a produção hormonal, de modo a melhorar o bem estar físico do indivíduo, como diminuição da produção de adrenalina e cortisol e aumento da liberação de serotonina, dopamina e endorfinas que proporcionam o funcionamento mais harmônico do organismo. Dessa forma, este trabalho visa apresentar e discutir sobre pesquisas encontradas que têm como tema a influência da espiritualidade na saúde, e apresentar os dados colhidos nas entrevistas de forma a comparar as formas de lidar com a enfermidade nas diferentes crenças. Metodologia: O trabalho é um estudo transversal analítico. A população estudada foi composta por 14 pacientes portadores de neoplasias, presentes na sala de quimioterapia do Hospital da Unimed de Volta Redonda, nos quatro dias de entrevista, que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); sendo, 06 pacientes que se declaram católicos, 04 evangélicos, 03 espíritas kardecistas, 01 sem religião; nenhum paciente presente nos dias das entrevistas era de outra religião. A coleta de dados foi feita com base em um questionário semiestruturado com um roteiro de entrevista direcionado para avaliar o modo como o paciente entende sua doença e a relação que faz com sua religião, além de mudanças no comportamento religioso, devido ao estado de saúde e, como o paciente está lidando com sua condição física atual. Foi realizado um questionário objetivo para identificação dos pacientes, quanto à idade, gênero, estado civil, escolaridade e religião. Após o preenchimento do questionário objetivo, foi realizado o questionário qualitativo, em forma de entrevista. A entrevista foi gravada em mídia para garantir fidedignidade das informações e realizada individualmente com cada paciente. Como o trabalho inclui seres humanos, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CoEPS) e, após sua autorização, foi realizado. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo apresentar as diferentes formas de relação que a fé pode ter com a qualidade de vida de pacientes oncológicos. Resultados: Em resumo, ao questionário qualitativo foi possível observar que, quando um indivíduo se depara com o diagnóstico do câncer, muitas vezes, entende-se como uma espécie de atestado de óbito. Após a revelação do diagnóstico, a reação do paciente depende de suas experiências individuais, bem como de suas visões de mundo e crenças religiosas. Os profissionais de saúde tem um importante papel na desmistificação de valores e sentimentos negativos que carreiam a palavra Câncer para os pacientes e seus familiares. A formação da autoimagem no curso da doença também é muito valorizada. A queda de cabelo, o emagrecimento, palidez, mastectomia, orquiectomia afetam psicologicamente o paciente de forma muito significativa. Foi possível observar que cada religião aborda a fé de formas diferentes, porém promovem igual apoio, conforto e segurança. A religião, portanto, não é o que importa, mas sim a religiosidade/espiritualidade e fé que cada um possui. A crença religiosa esteve presente em todos os pacientes entrevistados e foi de comum acordo que, sem ter uma fé para se apoiar, seria mais difícil encarar a realidade que a doença traz à tona. Conclusão: Nesta pesquisa, em primeira análise, pudemos observar diferentes maneiras de enfrentamento da doença e como a religião/fé está incluída nesse contexto. Muitos se prendem à religiosidade para ter suporte e força no momento entre o diagnóstico e resolução. Entretanto, ainda será realizado um estudo mais apurado sobre os depoimentos dos pacientes, pois se trata de uma pesquisa fenomenológica e a conclusão final demandará tempo.  

Referências

BARBOSA, L. N. F.; FRANCISCO, A. L. A subjetividade do câncer na cultura: implicações na clínica contemporânea. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, Rio de Janeiro, v. 10 n. 1, jun. 2007.

LUCCHETTI, G; et al. Espiritualidade na prática clínica: o que o clínico deve saber? Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 154-8, 2010.

Downloads

Publicado

15-05-2015

Como Citar

Delgado Oliveira Marinho, J., Cozzi Cartagena, M. V., Rodrigues Leite Silva, D., Sampaio Fonseca, W. L., & Fonseca, M. (2015). Interferência da religiosidade na qualidade de vida do paciente oncológico. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 2. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.698.2.2015

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)