Análise antropométrica em crianças entre 4 e 5 anos de idade e propostas de estratégias preventivas
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.645.2.2015Palavras-chave:
Transtornos alimentares, pré-escolares, PNAE, avaliação antropométricaResumo
Introdução: O ganho ponderal e o crescimento são indicadores clínicos importantes do estado de saúde das crianças e do desenvolvimento do país, sendo influenciado por fatores familiares, sociais e econômicos. Desordem, nesses fatores, leva ao surgimento de transtornos nutricionais, dentre eles, a baixa e a alta estatura, o sobrepeso e a obesidade e a desnutrição. A anamnese e a observação dos valores antropométricos são os instrumentos importantes na avaliação diagnóstica, pois possibilita a detecção precoce de desvios. Muitas são as complicações provindas das desordens alimentares na infância, fato que contribuiu para o surgimento da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAE), que formula os requisitos básicos para a promoção e a proteção à saúde, atestando o compromisso do Ministério da Saúde em controlar os males relacionados à alimentação e nutrição já configurados no Brasil, baseados nos princípios do Sistema Único de Saúde: universalidade, equidade e integralidade. Objetivo: Realizar um estudo epidemiológico do percentil de crianças entre 4 e 5 anos de idade, no Centro Municipal de Educação Infantil Recanto Infantil, do bairro Retiro, em Volta Redonda, a fim de demonstrar o perfil biofísico das crianças e de propor medidas que previnam desordens desse perfil. Metodologia: Esse estudo caracterizou-se como transversal quantitativo e qualitativo, não se restringindo unicamente em expor e explicar o acontecido, mas, tendo em vista a realidade, sugerir estratégias que contribuam para a sua adequação. Na primeira fase, selecionou-se, aleatoriamente, 50 pré-escolares do Centro Municipal de Educação Infantil Recanto Infantil, do bairro Retiro, em Volta Redonda, entre 4 e 5 anos de idade, sendo 11 meninos com 4 anos, 18 meninos com 5 anos, 12 meninas com 4 anos e 9 meninas com 5 anos. Em seguida foi realizada a medida do peso e da altura dessas crianças. Esses dados foram colocados no gráfico de percentil para formular o perfil biofísico. Por fim, foram elaboradas hipóteses capazes de modificar possíveis distúrbios nesse perfil e de prevenir seu aparecimento. Resultados: Dentre os meninos, 03 apresentam padrões de estatura acima do esperado; 02 se encontram abaixo do esperado para a idade; 07 se encontram na zona do percentil 90. Com relação ao peso, 05 se encontram na faixa de sobrepeso/obesidade e apenas 01 na faixa de baixo ganho ponderal. Dentre as meninas, nenhuma se encontra acima ou abaixo dos padrões de estatura esperado; 03 se encontram na zona do percentil 90. Com relação ao peso, apenas 01 se encontra na faixa de obesidade e nenhuma se encontra na faixa de desnutrição. Discussão: A maioria das crianças encontra-se na faixa de peso e estatura normais, devendo, nesse caso, receber orientação para a manutenção da alimentação adequada e o incentivo à prática de atividades físicas. As crianças que se encontram abaixo ou acima da faixa de estatura esperada para a idade devem ser acompanhadas, analisando-se o crescimento, investigando-se as causas, com orientação aos familiares. As crianças que se encontram abaixo do peso esperado ou na faixa do sobrepeso ou com obesidade devem ser acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. Os responsáveis devem ser orientados quanto a uma alimentação balanceada, de acordo com o distúrbio apresentado, e a prática de atividades físicas. Para o acompanhamento da alimentação da criança, propomos a Tabela de Acompanhamento Alimentar. Ela apresenta uma coluna para que os responsáveis anotem tudo que a criança comer no decorrer do dia, os horários e as porções; e outra coluna, o que seria adequado para ingerir. Dessa forma, os responsáveis estariam cientes do que é correto fornecer ao menor, e os profissionais de saúde teriam a possibilidade de saber ao certo qual a alimentação consumida, facilitando a intervenção. Conclusão: É possível constatar que as meninas obtiveram um padrão de perfil biofísico mais adequado com relação à idade, peso e altura, quando comparados aos dos meninos. Uma hipótese para isso é a pressão que sofrem com o estereótipo de magreza demonstrado pela mídia, enquanto os meninos são estimulados a se alimentarem mais para serem “fortes”. A idade pré-escolar e escolar são etapas muito importantes no desenvolvimento da criança, sendo fundamental que não ocorram carências e desequilíbrios. Essa adequação nutricional dentro da escola é garantida pela MP 2.178 e pelo PNAE, entretanto muitas vezes essa verba é desviada. Sabe-se que muitas doenças crônicas são originadas ainda na infância e, por isso, é de suma importância que os profissionais de saúde orientem os pais a sempre acompanharem o dia a dia alimentar de seus filhos, conjugando a alimentação em casa com a da escola, para que não haja um desequilíbrio energético e nutricional.
Referências
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