Relato de experiência numa residência terapêutica masculina no município de Volta Redonda (RJ)

Autores

  • L. R. T. Faro Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • B. C. F. Dias Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • D. S. Garcia Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • M. C. R. O. Cortes Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • P. A. M. T. Araujo Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.608.3.2016

Palavras-chave:

saúde mental, reforma psiquiátrica, residência terapêutica

Resumo

Introdução: A Reforma Psiquiátrica levou à extinção diversos hospitais psiquiátricos, deixando inúmeros pacientes, já desvinculados da sociedade e familiares, com destino incerto. O Serviço Residencial Terapêutico (SRTs) é nova forma de acolhimento regulamentada pela Portaria n.º 106/2000, do Ministério da Saúde. São moradias urbanas, subsidiadas governamentalmente, residindo até oito indivíduos auxiliados por cuidadores. Objetivo: Visitar a residência terapêutica masculina do bairro Casa de Pedra, em Volta Redonda, para apresentar o SRT criticamente. Relato de Experiência: Os moradores mostraram-se animados à presença da equipe, apresentando a casa, orgulhosos de suas condições atuais. As cuidadoras transpareceram carinho e dedicação aos moradores. A casa é compartilhada por 9 pessoas, com idades entre 50 e 60 anos - exceto um de 24 anos – com condições clínicas distintas. Organizada e aconchegante, a casa fornece dignidade ao convívio mútuo, similar a de uma família. Cada um possui apenas o necessário. Os moradores são ativos socialmente, visitam o Centro de Apoio Psicossocial diariamente, onde realizam diversas atividades. Compartilham afazeres domésticos, fundamentais ao resgate da autonomia e identidade. Resultados: Trata-se de pessoas desejosas de atenção, excitadas com a possibilidade de criar vínculos. Revelam-se infantilizados, seja pela condição psiquiátrica ou pelo posicionamento, inconsciente, dos cuidadores, relacionando o fato de serem pessoas carentes de cuidado à infantilidade. Notável é o relato de um morador que reconhece quando está mal e pede para dar uma volta, recuperando a calma, retornando tranquilo, evitando conflitos desnecessários. Formidável o nível de autoconhecimento adquirido deste, que só foi possível por tal modelo de acolhimento.Conclusão: As residências terapêuticas mostram-se eficazes aos objetivos propostos, oferecem doses de humanidade aos pacientes, tão faltosa no histórico da saúde mental. A readequação e reinserção social tornam-se possíveis, combatendo o estigma psiquiátrico, colaborando ao entendimento e aceitação das condições individuais. E aos poucos os muros que nos separam vão se desfazendo...

Referências

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Publicado

12-05-2016

Como Citar

Faro, L. R. T., Dias, B. C. F., Garcia, D. S., Cortes, M. C. R. O., & Araujo, P. A. M. T. (2016). Relato de experiência numa residência terapêutica masculina no município de Volta Redonda (RJ). Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 3. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.608.3.2016

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