Relação entre o uso de inibidores da bomba de prótons e a demência senil em idosos

Autores

  • T. R. Guedes Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • C. R. D. Barroso Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • L. S. Gomes Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • V. A. Silvestre Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.
  • C. A. L. Pinto Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.594.3.2016

Palavras-chave:

inibidores da bomba de prótons, demência, idoso

Resumo

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) são medicamentos que foram disponibilizados para uso clínico na década de 1980, com o intuito de tratar os distúrbios relacionados com o aumento da acidez do trato gastrointestinal superior, tais como azia, úlceras pépticas e refluxo, em que a inibição da secreção gástrica é seu efeito desejado. Segundo estudos do “National Health Interview Survey”, o uso de IBP aumentou de 3,4% para 7,0% entre os homens e de 4,8% para 8,5% entre as mulheres, de 2000 a 2013. Acredita-se que os IBP possam atravessar a barreira hematoencefálica, aumentando a produção e a degradação de β-amilóide, além de se ligarem à TAU - proteína intimamente relacionada ao desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Ademais, há evidências da redução dos níveis de vitamina B12 e outros nutrientes entre os pacientes que fazem uso desses medicamentos, fatores que podem se relacionar com o aumento do risco para o desenvolvimento de demência nesses pacientes. A vitamina B12, por exemplo, é importante para a formação e maturação das hemácias, além de ser necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. No entanto, para absorvê-la, o corpo depende de fatores intrínsecos presentes nas células parietais do estômago e de receptores localizados no íleo, estruturas que são alteradas e têm suas funções absortivas diminuídas com o uso dos inibidores de bombas de prótons. Estudo realizado em 2015 analisou um total de 73.679 participantes de 75 anos de idade ou mais velhos e livres de demência no início do estudo. Os pacientes que receberam a medicação IBP tinham um risco significativamente aumentado (1,44; p<0,01) de demência incidente em comparação com os pacientes que não receberam medicação. A demência é uma doença mental progressiva, caracterizada por um prejuízo cognitivo, que pode incluir alterações de memória, raciocínio, concentração, aprendizado, realização de tarefas complexas, julgamento, linguagem e habilidades, além de desorientação em relação ao tempo e ao espaço. Ela tem um peso substancial e crescente sobre os pacientes, suas famílias e o sistema de saúde. Ademais, a alta demanda em terapias e cuidados em virtude do declínio cognitivo cumulativo, combinado com o aumento do número de pacientes, tem um notável impacto socioeconômico. Dessa forma, torna-se imprescindível o conhecimento, principalmente por parte dos médicos, da relação entre a utilização dos medicamentos inibidores da bomba de prótons e o aumento do risco para o desenvolvimento de demência senil em idosos, uma vez que a doença não apresenta somente repercussões clínicas nos pacientes portadores, mas também sociais e econômicas para todo o sistema de saúde do país.

Referências

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Publicado

12-05-2016

Como Citar

Guedes, T. R., Barroso, C. R. D., Gomes, L. S., Silvestre, V. A., & Pinto, C. A. L. (2016). Relação entre o uso de inibidores da bomba de prótons e a demência senil em idosos. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 3. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.594.3.2016

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