Avaliação do uso das estatinas com base no Risco Cardiovascular em pacientes idosos da UBSF São João em Volta Redonda

Resumo

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil, cerca de 30% dos óbitos para todas as faixas etárias. Para uma prevenção adequada da doença cardiovascular é necessária uma boa estratificação do risco e real controle dos fatores predisponentes. Esse trabalho coloca em posição de destaque o tratamento das dislipidemias e a prevenção da aterosclerose através da estratificação de risco cardiovascular e da estipulação de metas para cada paciente. São diversos os ensaios clínicos e as metanálises que demonstram, de maneira inequívoca que o controle das dislipidemias, em especial as reduções mais intensivas do LDL-C têm se associado a importantes benefícios na redução de eventos e mortalidade cardiovascular. Os resultados de diversas pesquisas colocam o uso das estatinas em posição de destaque na questão que infere prevenção de eventos não fatais e fatais de doenças cardiovasculares ateroscleróticas. Tal abordagem pode reduzir a pesada carga de incapacidade por AVC não fatal e eventos coronarianos não fatais. O presente trabalho tem como objetivo evidenciar as novas condutas e recomendações que norteiam a prática clínica do dia-a-dia relacionadas à diminuição do risco cardiovascular com o uso de estatinas em pacientes idosos, assim como demonstrar a forma como é tratada a questão da prevenção primária e secundária de doenças cardiovasculares na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro São João em Volta Redonda. Trata-se de um estudo analítico observacional, transversal. Durante o período de 20 de abril a 08 de maio de 2015 analisaram-se o prontuário de 100 pacientes idosos da UBSF São João em Volta Redonda-RJ. Dos prontuários foram extraídas informações sobre identificação, idade, raça, gênero, valores laboratoriais do lipidograma, glicemia; medidas antropométricas, pressão arterial, presença de doença cardiovascular e/ou diabetes mellitus manifesta, tratamento de hipertensão e tabagismo. Foi organizado um banco de dados eletrônico e realizada a estratificação de risco cardiovascular por etapas estipuladas pela V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Analisou-se a quantidade de pacientes que faziam o uso de estatinas, assim como a quantidade dentro deste grupo que atingiram a meta terapêutica de acordo com o risco cardiovascular calculado. Foram avaliadas também a quantidade de pacientes com indicação (claro benefício) ao uso das estatinas, porém que não receberam tal prescrição. As variáveis categóricas foram expressas sob a forma de frequência e porcentagem em valores totais, gênero feminino e masculino. Há desafios importantes que se colocam como obstáculos ao tratamento otimizado do colesterol e consequente diminuição do risco cardiovascular: do diagnóstico correto das dislipidemias ao custo do seu tratamento, envolvem, sobretudo, a relação médicopaciente, onde a inércia terapêutica e a falta de adesão dificultam que a grande maioria dos pacientes sejam contemplados com os benefícios já comprovados.