Alterações cardiovasculares na Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.523.3.2016Palavras-chave:
síndromes da apneia do sono, apneia do sono tipo obstrutiva, doenças cardiovascularesResumo
A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) é uma doença caracterizada pelo colapso das vias aéreas superiores durante o sono, resultando em despertares e dessaturações arteriais recorrentes. A SAOS é altamente prevalente na população, variando entre 3% e 10% da população. Além disso, essas taxas tendem a aumentar ainda mais com o aumento do número da população com obesidade, um importante fator de risco para a doença. Consequências clínicas significativas do transtorno incluem sonolência excessiva diurna, disfunção cognitiva, disfunção metabólica, insuficiência respiratória e cor pulmonale e as doenças cardiovasculares. As anormalidades cardiovasculares apresentam um risco elevado de morbidade e mortalidade no paciente, sendo a hipertensão arterial muitas vezes a primeira consequência da doença. Complicações mais graves como a doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e arritmias também podem estar presentes. Evidências sugerem que a hipoxia crônica intermitente secundária a episódios de apneia/hipopneia durante o sono podem resultar na hiperativação simpática, diminuição da reatividade vasomotora, inflamação vascular, estresse oxidativo, distúrbios metabólicos e aumento da atividade trombótica. Estas alterações podem contribuir para o desenvolvimento de disfunções endoteliais e metabólicas como a aterosclerose e doenças cardiovasculares associadas com a doença. Verificou-se que a prevalência de hipertensão arterial em pacientes com SAOS é alta, chegando a quase 80%. Além disso, estudos também mostram a presença de arritmias noturnas em aproximadamente 50% dos pacientes analisados. Portanto, é fato que a prevalência da síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) é crescente, especialmente na população de meia-idade e com fatores de risco como a obesidade. Além disso, a doença está associada com um risco elevado de morbidade e mortalidade cardiovascular. No entanto, vale ressaltar que o tratamento realizado com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) tem um efeito benéfico sobre o controle da hipertensão e redução do risco de doenças cardiovasculares, principalmente em pacientes com risco moderado a elevado. Além disso, a perda de peso, adotar a posição lateral durante o sono e a modificação do estilo de vida devem ser sempre recomendados, em adição ao tratamento com CPAP.
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