Adenocarcinoma de Reto Distal-Resposta Patológica Completa à Radioterapia e Quimioterapia Neoadjuvante
Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.521.3.2016Palavras-chave:
neoplasia retal, obstrução intestinal, terapia neoadjuvante, adenocarcinoma retal distalResumo
Introdução: É indiscutível o interesse com que a comunidade científica tem atualmente acolhido a estratégia do tratamento do adenocarcinoma retal distal sem intervenção cirúrgica, após radioquimioterapia neoadjuvante (RQ) para os tumores do terço inferior. Como mais um argumento favorável ao tratamento neoajuvante que permite a regressão ou resposta clínica completa, a que se refere esse artigo. A questão central é saber quais doentes poderão ser colocados em uma opção não cirúrgica "watch & wait". Objetivo: Relatar a eficácia da radioterapia e quimioterapia neoadjuvante em um caso de adenocarcinoma retal distal. Método: S.M., 56 anos, feminino, sem comorbidades prévias ou história de tabagismo. Iniciou proctalgia e hematoquesia acerca de 3 meses, piora nas utimas semanas, constipada e referindo tumoração em região anal. Colonoscopia: cólon normal. Lesão vegetante polipoide, se inicia em reto inferior, invade canal anal e se projeta para fora do ânus. RNM abdômen/pelve: volumosa lesão infiltrante e estenosante comprometendo todo o canal anal e reto com extensão á superfície externas do ânus e sinais de invasão linfo-vascular perirretal. Indicado tratamento em três tempos. Realizada sigmoidostomia em alça devido suboclusão intestinal, posteriormente RT e QT neoadjuvante. Após 5 meses, foi reencaminhada pelo oncologista após RT e QT. RNM pós-neoadjuvância: redução dos linfonodos e do espessamento parede retal. No terceiro momento, foi realizada amputação abdomino-perineal do reto. Resultados: Histopatológico: T0 N0 MX. 6 linfonodos, nenhum comprometido. Reencaminhado à oncologia. Houve remissão patológica completa após radioterapia (RT) e quimioterapia (QT). Após 5 anos da cirurgia, a paciente apresenta-se assintomática. Conclusão: O câncer do reto distal ainda é assunto bastante controverso, especialmente no que se refere ao estadiamento locorregional e opções terapêuticas. Será aceitável que em doente com resposta clínica completa, poderia ser prolongado o tempo de espera e reobservação até às 12 semanas anteriores a decisão de cirurgia radical? Estamos preparados para oferecer tratamento personalizado de acordo com a resposta a neoadjuvância? Serão necessários estudos prospectivos e randomizados que venham a esclarecer qual é a opção que poderá conduzir a melhores resultados oncológicos.
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