Síndrome de apneia e hipopneia obstrutiva do sono e obesidade

Resumo

A Síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) é a ocorrência repetitiva de obstrução total ou parcial da via aérea superior durante o sono. A diminuição da oferta de oxigênio faz com que o paciente acorde para voltar a respirar, levando à fragmentação do sono pelos repetitivos despertares, ocasionando sonolência excessiva diurna. A SAHOS é fator de risco direto para doenças cardiovasculares e morte, além de ter alta prevalência em pacientes com outras comorbidades, como obesos, diabéticos e hipertensos, aumentando ainda mais o risco de doença cardiovascular. Correlacionar a maior incidência da SAHOS em pacientes obesos, mostrando como a obesidade pode ser um grande fator de risco para desenvolvimento da doença. Foi realizado levantamento bibliográfico nas bases Scielo, Medline e Pubmed, através de pesquisa com os termos “SAHOS” e “obesidade”. Os artigos incluídos no estudo foram aqueles publicados a partir de 2005. A obesidade é um dos principais fatores patogênicos da SAHOS, sendo mais frequentemente associada ao tipo central ou visceral. Pacientes com sobrepeso e obesos apresentam, respectivamente, duas e quatro vezes mais risco de desenvolver a síndrome, quando comparados com indivíduos de IMC normal. Entretanto, a mesma tem sido considerada um agravante e não um determinante da síndrome, sendo que o aumento do IMC está intimamente correlacionado ao grau de severidade da SAHOS. Além disso, a leptina e a grelina, dois hormônios reguladores do apetite, estão aumentadas em pacientes com SAHOS. Uma grande porcentagem de obesos tem elevados níveis de leptina circulante, indicando que, em muitas circunstâncias, obesidade é um estado de resistência à leptina, sendo esta causada possivelmente devido a defeitos em receptores ou pós-receptores. Estudos sugerem que tanto a obesidade quanto a apneia obstrutiva estão relacionadas à resistência mencionada. A obesidade é o único fator de risco de importância que é reversível, contudo, alterações nos níveis de leptina têm sido descritas como secundárias à síndrome, podendo explicar a dificuldade desses pacientes em perder peso. Portanto, é necessário que haja uma maior investigação sobre a influência dos hormônios relacionados ao controle do peso corporal e sua relação com a SAHOS.