Cuidado com a família doadora e não doadora de órgãos e tecidos

Autores

  • W. M. Fonseca Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • A. B. Costa Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • P. F. Jesus Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA
  • T. A. Lourenço Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, RJ - UniFOA

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.390.5.2018

Palavras-chave:

Doação de órgãos, Humanização, Família

Resumo

No Brasil, ainda há uma desproporção entre a demanda de órgãos e o número de doadores disponíveis. Muitos órgãos ainda se perdem desnecessariamente e potenciais receptores morrem nas filas de espera de transplante. Dentre os fatores que contribuem para isso, está a recusa da família em permitir a doação. As famílias de potenciais doadores sofrem experiências de angústia e sofrimento, em um curto período, desde a internação causada pelo acidente ou doença aguda até o pedido de doação. As etapas se sucedem rapidamente com uma avalanche de informações que, num momento tão particular e sofrido, dificultam a compreensão da realidade e a autorização para a doação. O sofrimento diante da perda do familiar incentiva a família a buscar uma solução para a situação. Assim, autorizar a doação de órgãos e desligar os aparelhos se tornaria, teoricamente, a melhor maneira de acabar com esse sofrimento, uma vez que manter o paciente em um dispositivo avançado de suporte à vida  prolongaria a dor pela espera sem esperança. Por outro lado, estudos indicam que os motivos de recusa familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante estão relacionados à crença, valores, falta de compreensão do diagnóstico de morte encefálica e inadequações no processo de doação e transplante. A família é o elemento principal no momento de decisão na doação de órgãos, necessitando a equipe manter um bom relacionamento com ela, baseado na transparência, empatia, no apoio emocional e na relação de ajuda profissional. Assim as equipes multiprofissionais devem ser preparadas para oferecer apoio aos familiares, independente da manifestação contrária à doação. A postura ética e o respeito diante do sofrimento da família é um dever do profissional de saúde que presta assistência ao potencial doador e seus familiares. Entende-se, também, que a família não doadora, inserida no processo como cuidadora e onerada com inúmeras responsabilidades, é exposta a um intenso estresse emocional com todo o processo de preparo e seguimento do transplante, no entanto, nem sempre lhe é oferecido subsídios necessários para o acompanhamento seguro e eficiente dos receptores. Dessa forma, tem-se como objetivo nesta revisão narrativa descrever o cenário do cuidado das famílias doadoras e não doadoras de órgãos, antes, durante e após a abordagem quanto a doação, na tentativa de disponibilizar informação aos profissionais responsáveis por tal cuidado.

Referências

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Publicado

03-05-2023

Como Citar

Fonseca, W. M., Costa, A. B., Jesus, P. F., & Lourenço, T. A. (2023). Cuidado com a família doadora e não doadora de órgãos e tecidos. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 5. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.390.5.2018