Panorama de facoemulsificação com implante de lente intraocular no tratamento de catarata nos últimos 5 anos no Brasil

Resumo

A catarata é um processo de opacificação do cristalino. Embora passível de recuperação por intervenção cirúrgica relativamente simples e de baixo custo, a doença é a principal causa de cegueira no mundo, cerca de 20 milhões. No Brasil somam mais de 260 mil cegos decorrente da doença nos últimos 5 anos. A técnica mais atual é a cirurgia combinada. O laser faz a incisão, o facoemulsificador emite uma energia ultra-sônica que emulsiona o cristalino, removendo-o através de uma aspiração. A cápsula posterior do cristalino é deixada, na íntegra, para acomodar a lente intra-ocular. O objetivo é analisar o perfil das facoemulsificações realizadas no Brasil nos últimos cinco anos. Estudo transversal e descritivo através de dados do DATASUS, no período entre 2014 e 2018, utilizando as variáveis: ano, faixa etária, sexo, valor total, internações, valor médio internação, média permanência, taxa de mortalidade. Cerca de 270 mil brasileiros foram diagnosticados com catarata em todo Brasil nos últimos 5 anos, o Sudeste totalizou 60% desses casos, seguido do Nordeste com 23%. Os perfis mais acometidos foram, mulheres, brancos, idades entre 60 a 79 anos (70% de todos os casos). Tratou-se por meio desse procedimento em todo o Brasil, mais de 200 mil pacientes com 97% de caráter eletivo, 60% de todos os casos, no Sudeste, seguido do Nordeste com 21%. A taxa de moralidade foi de 0%, a média de internação foi de 0,2 dias e estima-se que foram investidos mais de 112 milhões com serviços hospitalares. O número de diagnósticos aumentou assim como os procedimentos, principalmente eletivos, apresentaram significativos crescimentos, principalmente na região Sudeste. A facoemulsificação é um procedimento que vem recebendo altos investimentos devido a eficácia, segurança e comodidade, comprovada pela baixa complexidade do pós-cirúrgico, taxa de mortalidade do procedimento e pela baixa permanência do paciente internado. Nem todos os pacientes são submetidos a cirurgia por dificuldades financeiras (69%) e por ainda enxergar bem (69%).