Diminuição das internações pelo uso de Palivizumabe

Resumo

O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal agente de infecções agudas do trato respiratório inferior em crianças com menos de dois anos, responsável por 41,7 a 83,6% dos casos de Bronquiolite Viral Aguda (BVA) no mundo. Já no Brasil, o VSR é responsável por 31,9 a 64% dos pacientes internados com BVA. Praticamente 100% das crianças são infectadas por esse vírus nos dois primeiros anos de vida. Embora de ocorrência universal, tem maior impacto quando acomete prematuros, portadores de cardiopatias congênitas e crianças portadoras de displasia bronco pulmonar sintomática, grupos considerados de maior morbimortalidade. Estima-se que 10 a 15% de novas infecções ocorridas no mundo anualmente necessitem de internações hospitalares e alguns casos evoluem para óbito. Não há tratamento específico. O tratamento profilático com Palivizumabe é indicado para esse grupo de risco e, no território nacional, foi aprovado o protocolo para seu uso em 2013. Nos pacientes portadores de cardiopatias congênitas, a redução de internação foi de 44% e nas crianças com doença pulmonar crônica, redução de 55% comparada ao grupo de controle. Apesar da Associação Americana de Pediatria definir que o medicamento deve ser administrado até o primeiro ano de vida, alguns estudos demonstram ganho com uso até os dois anos nos casos de cardiopatas congênitos. Foi utilizado o método de pesquisa de natureza quantitativa a partir da análise de artigos na plataforma Scientific Electronic Library Online, relatórios do Ministério da Saúde e diretrizes e utilizados os descritores consultados na plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), cujo objetivo é demonstrar a efetividade do uso da Palivizumade à prevenção de doença grave do trato respiratório inferior causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) na redução do número de internações hospitalares. Como resultado, logrou-se a importância da disponibilidade do medicamento em hospitais públicos e privados, apesar do custo, para redução no número de internações de crianças menores de dois anos.