Violência contra a mulher
atuação interdisciplinar no Âmbito da Atenção Primária
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.2056.2025%25gPalavras-chave:
Violência contra a mulher, Pet-saúde, mulherResumo
A violência contra a mulher é um fenômeno complexo e persistente que se configura como grave problema social, de saúde pública e de violação de direitos humanos. Embora políticas públicas e legislações específicas tenham avançado nas últimas décadas, persistem lacunas significativas na identificação precoce dos casos, na sensibilização das equipes de saúde e na efetivação de ações intersetoriais de acolhimento. Nesse contexto, o presente relato de experiência tem como objetivo relatar as ações desenvolvidas pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do município de Volta Redonda (RJ), voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher. Especificamente, buscou-se compreender as vivências de violência enfrentadas por mulheres da comunidade e pelas profissionais da unidade; promover a conscientização sobre o tema; criar materiais educativos; e oferecer um espaço de escuta qualificada e acolhimento. A metodologia adotada incluiu revisão bibliográfica e pesquisa de campo, por meio da aplicação de questionários estruturados junto a usuárias e profissionais da UBSF. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número CAAE: 83312424.7.0000.5237. Os resultados evidenciaram a presença de múltiplas formas de violência, incluindo agressões verbais, abusos físicos e violências emocionais, com forte impacto sobre a saúde mental das mulheres. Observou-se também que profissionais de saúde, principalmente mulheres, relataram dificuldades emocionais e operacionais no manejo dos casos, especialmente em contextos de vulnerabilidade social e econômica. Conclui-se que ações de educação permanente, escuta ativa e produção de materiais educativos são estratégias relevantes para o fortalecimento da rede de apoio e para a promoção do cuidado integral às mulheres em situação de violência. A experiência reafirma a necessidade de intervenções interdisciplinares e continuadas, que envolvam tanto os serviços de saúde quanto os demais setores da política pública.
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