Integração dos cuidados paliativos na Insuficiência Cardíaca

impactos na qualidade de vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.2043.2025%25g

Palavras-chave:

cuidado paliativo, insuficiência cardíaca, qualidade de vida

Resumo

INTRODUÇÃO

 

A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença crônica que agrava progressivamente e reduz a expectativa de vida, associada a sinais e sintomas como falta de ar e inchaço devido ao mau funcionamento cardíaco (HICKS; DAVIDSON et al., 2022; KIDA; DOI et al., 2020). Os principais sintomas são dispneia e edemas, comprometendo a capacidade do indivíduo realizar atividades diárias, afetando a saúde física e mental, e a qualidade de vida (KIM; KIM et al., 2022).

A IC afeta mais de 26 milhões de pessoas globalmente (HICKS; DAVIDSON et al., 2022; JOÃO; PAULO, 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025). Esse número elevado demanda uma abordagem médica que englobe tratamentos otimizados e complementares de forma interdisciplinar, visando benefícios emocionais, psicológicos e físicos para diminuir a morbidade. O objetivo é preparar o indivíduo para lidar com a doença, começando desde seu estágio inicial para prevenir perdas significativas na qualidade de vida (JOÃO; PAULO, 2022; KIDA; DOI et al., 2020; KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

Sob essa perspectiva, os cuidados paliativos representam um importante recurso para pacientes e cuidadores no tratamento da IC. Eles antecipam, previnem e gerenciam doenças graves, melhorando a qualidade de vida do paciente e lidando com problemas físicos, espirituais e psicossociais (PERERA; HALAHAKONE et al., 2025). As intervenções devem atender às necessidades dos pacientes com uma abordagem interdisciplinar, abrangendo saúde psicológica, física e espiritual, com profissionais como psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e conselheiros espirituais. Esses cuidados devem também incluir familiares, pois todos são afetados pela progressão patológica (KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

Um estudo observou que a adesão ao tratamento pode reduzir gastos hospitalares, diminuindo internações e consultas de emergência. Com os custos sendo uma prioridade global, esses cuidados são ainda mais recomendados (JOÃO; PAULO, 2022). Utilizar o termo "cuidados paliativos" pode causar impressão de proximidade da morte, prejudicando a adesão. O termo "cuidados de suporte" é menos estigmatizado, facilitando a aceitação por parte de pacientes e profissionais, permitindo adesões precoces focadas na qualidade de vida (PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre a integração de cuidados paliativos em pacientes com insuficiência cardíaca, promovendo o conhecimento sobre seus impactos na qualidade de vida dos pacientes.

 

METODOLOGIA

 

Este estudo é uma revisão de literatura narrativa descritiva, sem envolvimento de pesquisa em seres humanos ou animais, utilizando a base de dados PubMed. Foram consultados os termos "Palliative Care", "Heart Failure", "Quality of Life", usando os operadores "and", "or", "not". Os critérios de inclusão foram: artigos em inglês, publicados entre 2020 e 2025, e estudos de revisão sistemática com meta-análise e revisão de literatura. Os critérios de exclusão: artigos duplicados, não relacionados ao tema e estudos em forma de ensaio clínico randomizado e cartas ao editor.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Foram encontrados 84 artigos sobre a temática. Para esta revisão, foram selecionados 5 artigos após leitura preliminar, considerando a integração dos cuidados paliativos na IC e seus impactos na qualidade de vida.

A IC é uma doença de progressão gradual e lenta, diminuindo a expectativa de vida e afetando majoritariamente idosos. Está geralmente associada a comorbidades, impactando qualidade de vida com sintomas como dispneia, fadiga, déficit cognitivo e depressão (JOÃO; PAULO, 2022; KIDA; DOI et al., 2020). A doença afeta mais de 26 milhões de pessoas mundialmente e sua prevalência cresce entre idosos (HICKS; DAVIDSON et al., 2022; JOÃO; PAULO, 2022; KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025). Foi relatado que 50% dos diagnosticados morrem nos primeiros 5 anos e 5% alcançam o final da vida com terapia medicamentosa refratária (KIM; KIM et al., 2022).

Recomenda-se um tratamento multifatorial para IC, abrangendo aspectos físicos, psicológicos e ambientais dos pacientes e suas famílias. Nesse sentido, os cuidados paliativos, como abordagem multidisciplinar, ajudam a prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida, sendo recomendado o acesso antecipado (HICKS; DAVIDSON et al., 2022; JOÃO; PAULO, 2022; KIDA; DOI et al., 2020; KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

Um estudo destacou que cuidados paliativos devem basear-se nas necessidades de pacientes e famílias, e não apenas em estágios terminais da IC, devido à natureza crônica e imprecisa do prognóstico (KIM; KIM et al., 2022). A abordagem multidisciplinar deve incluir cardiologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e psiquiatras, visando alívio do sofrimento e melhoria da qualidade de vida em todas as fases da doença (KIDA; DOI et al., 2020; KIM; KIM et al., 2022). Esses cuidados proporcionam controle sintomático eficaz, melhora na qualidade de vida, redução de transtornos depressivos, menor hospitalização e mortalidade, além de possibilitar planejamento terapêutico individualizado (KIDA; DOI et al., 2020; KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

Ainda, estudos indicam desfechos positivos na qualidade de vida, com questionários mostrando melhorias significativas em comparação ao grupo controle (HICKS; DAVIDSON et al., 2022; JOÃO; PAULO, 2022). Nos estágios terminais da IC, foram relatadas melhorias em várias áreas, incluindo controle de dispneia, dor, fadiga, depressão e ansiedade (KIM; KIM et al., 2022; PERERA; HALAHAKONE et al., 2025). Ademais, a adesão aos cuidados em estágios avançados pode reduzir custos hospitalares, diminuindo internações e visitas emergenciais, promovendo economias e melhor saúde pública (JOÃO; PAULO, 2022). O termo "cuidados de suporte" é mais apropriado por ser mais aceito e menos estigmatizante, incentivando adesões precoces e eficazes (PERERA; HALAHAKONE et al., 2025).

 

CONCLUSÕES

 

Logo, a integração dos cuidados paliativos para pacientes com insuficiência cardíaca aparenta promover um impacto de melhora na qualidade de vida desses indivíduos acometidos, independentemente do estágio em que a patologia se apresenta.

Referências

HICKS, S., DAVIDSON, M., EFSTATHIOU, N., et al. "Effectiveness and cost effectiveness of palliative care interventions in people with chronic heart failure and their caregivers: a systematic review", BMC Palliative Care, v. 21, n. 1, 1 dez. 2022. DOI: 10.1186/s12904-022-01092-2. .

JOÃO, F. P., PAULO, R. P. Palliative Care in Patients with Advanced Heart Failure: A Systematic Review. Acta Medica Portuguesa. [S.l.], CELOM. , 1 fev. 2022

KIDA, K., DOI, S., SUZUKI, N. Palliative Care in Patients with Advanced Heart Failure. Heart Failure Clinics. [S.l.], Elsevier Inc. , 1 abr. 2020

KIM, C., KIM, S., LEE, K., et al. Palliative Care for Patients With Heart Failure: An Integrative Review. Journal of Hospice and Palliative Nursing. [S.l.], Lippincott Williams and Wilkins. , 1 ago. 2022

PERERA, M., HALAHAKONE, U., SENANAYAKE, S., et al. "Components of home-based palliative and supportive care for adults with heart failure: A scoping review", Palliative Medicine, v. 39, n. 1, p. 86–98, 30 jan. 2025. DOI: 10.1177/02692163241290350. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/02692163241290350.

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Publicado

27-06-2025

Como Citar

do Nascimento Thuler, M. E., Campos Pereira , L., de Matos Cardoso, K., Pereira da Silva, D., Alves de Faria , G., & Cardoso Moreira Garcia, S. (2025). Integração dos cuidados paliativos na Insuficiência Cardíaca: impactos na qualidade de vida. Congresso Médico Acadêmico UniFOA, 11. https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.2043.2025%g

Edição

Seção

Artigos de Revisão