Uso de anticoagulantes orais na fibrilação atrial para prevenção de acidente vascular cerebral.
DOI:
https://doi.org/10.47385/cmedunifoa.2035.2025%25gPalavras-chave:
Fibrilação Atrial, Anticoagulantes, Acidente vascular cerebral isquêmico.Resumo
Esta revisão sistemática teve como objetivo reunir e analisar evidências recentes sobre o uso de anticoagulantes orais na prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes com fibrilação atrial (FA). As buscas foram realizadas nas bases SciELO e UpToDate entre junho e agosto de 2023, com seleção de artigos originais publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português e inglês, com acesso aberto. Foram incluídos estudos que abordassem a relação entre FA e anticoagulação, com foco em desfechos clínicos relevantes, excluindo-se revisões, relatos de caso e estudos sem texto completo.
Foram selecionados 15 artigos científicos, majoritariamente brasileiros, que fundamentaram a discussão. Os resultados indicam que a anticoagulação oral, especialmente com os anticoagulantes orais diretos (DOACs), é eficaz na prevenção de AVC, inclusive em populações de risco elevado, como idosos, pacientes com câncer ou sepse. No entanto, observou-se subutilização do tratamento, sobretudo no sistema público de saúde, onde ainda predomina o uso da varfarina, frequentemente com controle inadequado. Barreiras logísticas, desigualdade de acesso e ausência de centros especializados comprometem a efetividade do cuidado.
A discussão destaca que, embora os benefícios da anticoagulação estejam bem estabelecidos, sua aplicação ainda é limitada no Brasil. A revisão reforça a necessidade de políticas públicas que ampliem o acesso aos DOACs, promovam o rastreamento precoce da FA e capacitem os profissionais para decisões baseadas em escores clínicos como o CHA₂DS₂-VASc e o HAS-BLED. Conclui-se que a melhoria da prevenção do AVC em FA depende de ações estruturadas, equitativas e centradas no paciente.
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