Estrutura populacional do Tatuí, Emerita brasiliensis Schmitt, 1935, (CRUSTACEA) das praias oceânicas do estado do Rio de Janeiro

estariam eles desaparecendo das praias cariocas?

Autores

Palavras-chave:

Bioindicador, Ecologia, Extinção, Poluição, Praias Arenosas

Resumo

As praias arenosas do estado do Rio de Janeiro constituem um imenso hábitat que abriga diversos animais, dentre eles, o Emerita brasiliensis (tatuí), um crustáceo decápoda, considerado um bioindicador ambiental. O objetivo desse estudo foi coletar e comparar tatuís de três praias da cidade do Rio de Janeiro e duas de Saquarema. A metodologia utilizada para captura dos organismos foi coleta manual baseada no esforço horas/homem. As análises dos níveis de balneabilidade da água do mar segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) foram correlacionadas com os resultados obtidos. Juntas, as duas praias de Saquarema mostraram ter 4,5 vezes mais tatuís do que as praias cariocas e a qualidade da água do mar também se mostrou melhor fora da capital do estado do Rio de Janeiro. As fêmeas foram maiores do que machos e fêmeas ovígeras foram maiores do que não ovígeras. Machos foram mais abundantes que fêmeas em duas praias e foram numericamente iguais ou semelhantes às fêmeas em outras duas. Indivíduos jovens foram raros nestas populações. Há um consenso que tatuís estão sendo cada vez menos avistados nas praias. Esse estudo alerta sobre possíveis extinções locais de E. brasiliensis a médio prazo e extinção total a longo prazo.

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Publicado

28-10-2022

Como Citar

Luana de Barros Avila Canêdo, Fernanda Gabriela de Souza Seabra, & Henrique Wogel. (2022). Estrutura populacional do Tatuí, Emerita brasiliensis Schmitt, 1935, (CRUSTACEA) das praias oceânicas do estado do Rio de Janeiro: estariam eles desaparecendo das praias cariocas? . Congresso Brasileiro De Ciências E Saberes Multidisciplinares, (1), 1–9. Recuperado de https://conferencias.unifoa.edu.br/tc/article/view/30