Intervenções não farmacológicas nos eventos adversos secundários a hormonioterapia em sobreviventes ao câncer de mama
DOI:
https://doi.org/10.47385/tudoeciencia.1940.2024Palavras-chave:
câncer de mama; sobreviventes; inibidores de aromatase; intervenções não farmacológicas; qualidade de vida.Resumo
Para o câncer de mama, o segundo mais comum no mundo, foram registrados 2,3 milhões de novos casos em 2022, representando 23,8% dos cânceres femininos. No Brasil, são esperados 73.610 novos casos entre 2023 e 2025. Os principais tipos histológicos são carcinoma ductal e lobular. As opções terapêuticas variam conforme o tumor e o paciente, incluindo cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e terapias-alvo. Cerca de 90% das pacientes apresentam sequelas físicas e emocionais, como dor crônica, linfedema, fadiga, disfunção cognitiva, depressão e alterações na imagem corporal, relacionadas a alguma das terapias mpregadas. O subtipo hormônio-receptor positivo, o mais comum, exige terapia prolongada com bloqueio hormonal, como tamoxifeno ou inibidores da aromatase (IAs) por até 10 anos. Embora necessários para reduzir a recorrência e aumentar a sobrevida, essa terapia provoca eventos adversos, como ondas de calor e disfunção sexual. Este estudo revisa a literatura, em relação as intervenções não farmacológicas para mitigar tais eventos em sobreviventes ao câncer de mama. Uma busca no PubMed (2007-2024) com os descritores "Breast Cancer", "Cancer Survivors", "Aromatase Inhibitors" e "Side Effects" identificou ensaios clínicos randomizados sobre essas intervenções.Dos oito artigos analisados, quatro foram detalhados. Um estudo sobre exercícios de resistência e aeróbicos mostrou aumento de massa magra, redução de gordura corporal e diminuição do IMC em mulheres pós-menopáusicas. Outro relatou melhorias na qualidade de vida e redução da fadiga. Yoga melhorou a qualidade de vida em sobreviventes com artralgia, e acupuntura reduziu a dor e melhorou a qualidade de vida.Conclui-se que exercícios, yoga e acupuntura podem aliviar os eventos adversos da hormonioterapia, melhorando a qualidade de vida e bem-estar geral. Essas intervenções complementam o tratamento convencional e podem aumentar a adesão terapêutica, promovendo melhor cuidado integral.
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