Transtornos de aprendizagem e educação inclusiva no ensino superior
o exemplo da dislexia
DOI:
https://doi.org/10.47385/tudoeciencia.1884.2024Palavras-chave:
Educação inclusiva. Dislexia. Ensino Superior. Cidadania.Resumo
O artigo aborda sobre a educação inclusiva no nível superior e foca no exemplo da dislexia, um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica que gera dificuldades cognitivas, neurológicas e comportamentais associadas ao processamento da linguagem escrita, para compreender como essas características afetam o desempenho acadêmico. O estudo revisa a literatura existente sobre dislexia, educação inclusiva e cidadania, de forma a contribuir com reflexões que imputem à educação de nível superior o compromisso com a organização de metodologias de ensino e estratégias de suporte aos alunos com transtorno de aprendizagem. No caso da dislexia, identificamos que ela afeta a capacidade de decodificar palavras, comprometendo a fluência e a compreensão de leitura, bem como a escrita coerente e organizada. Essas dificuldades persistem ao longo da vida e podem impactar significativamente o desempenho acadêmico, especialmente em tarefas complexas que exigem análise crítica e organização de informações. A dislexia não está relacionada à inteligência, mas às dificuldades específicas no processamento linguístico. Pessoas que tenham algum tipo de transtorno de aprendizagem, vivem um processo de aprendizado diferente, que pode ser mais lento e mais difícil e, justamente por isso, os coloca num lugar muito propenso para a vivência de preconceitos, discriminações e bullying que afetarão diretamente na forma como estabelecerão suas relações sociais. Dar a atenção devida aos transtornos de aprendizagem é, portanto, mais que viabilizar o acesso a uma escolarização, é possibilitar uma educação para a vida e o exercício da cidadania. Não é apenas buscar estratégias para sua permanência nos espaços acadêmicos, mas sim, contribuir para uma formação que permita ao sujeito uma participação efetiva nas suas relações familiares, de trabalho, de sociabilidade. As características comportamentais, como ansiedade e baixa autoestima, são comuns e podem ser exacerbadas se o transtorno não for identificado, respeitado e tratado precocemente. Com suporte adequado, que inclui tanto estratégias de ensino como apoio emocional, se pode promover a inclusão e o sucesso dos alunos disléxicos em todos os níveis de ensino, inclusive no superior.
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