Potencial do uso de parâmetros bioquímicos de uma espécie de orquídea como bioindicadora de poluição atmosférica

Resumo

O desenvolvimento urbano e industrial tem impactado negativamente o meio ambiente, afetando a fauna, flora, solo, água e ar. A qualidade do ar é comumente monitorada por meio de métodos físico-químicos que detectam material particulado, sem considerar os impactos nos sistemas biológicos. Nesse sentido, o biomonitoramento - que utiliza organismos vivos para avaliar a presença desses poluentes no ambiente – vem ganhando destaque. Plantas, como Orchidaceaes, podem ser bioindicadoras devido a alterações fisiológicas, químicas e estruturais quando expostas a poluentes atmosféricos. Assim, este estudo avaliou o potencial da espécie de orquídea Oeceoclades maculata (Lindley) no monitoramento da qualidade do ar da cidade de Volta Redonda-RJ, utilizando-se parâmetros bioquímicos como indicadores. A espécie vegetal foi cultivada em três pontos de monitoramento com diferentes níveis de influência antrópica, comparados a um ponto de controle em uma unidade de conservação. Foram avaliados os teores de pigmentos fotossintéticos (Clorofila a, Clorofila b e Carotenoides) e prolina nos tecidos foliares. O conteúdo de prolina não apresentou alterações significativas, sugerindo que não é um indicador adequado para o monitoramento da poluição atmosférica nas condições analisadas. Por outro lado, os pigmentos fotossintéticos mostraram variações significativas, com redução nos teores de Clorofila a, b e Carotenoides nos pontos 1 e 3, sugerindo maior estresse ambiental nessas áreas.