Corpo Feminino, Padronização Corporal e Mídia

possíveis olhares desde a Educação Física

Autores

Palavras-chave:

corpo feminino, midia, escola, Educação Física

Resumo

A idealização do corpo feminino, ditada pelos padrões corporais impostos por meio do controle que a mídia exerce sobre a sociedade, gera um impacto físico e emocional podendo ocasionar diversos transtornos: bulimia, vigorexia, anorexia e até mesmo depressão nas mulheres, principalmente no início e durante a adolescência, sendo este o período em que há significativas mudanças em seus corpos. Partindo dessa ótica, entendemos que a lógica e as discussões que emergem da noção de corporeidade, nas aulas de Educação Física escolar poderiam contribuir com a discussão do modelo corporal imposto às mulheres. Diante do exposto, cabe perguntar: existem trabalhos acadêmicos que buscam problematizar o padrão corporal na escola? O objetivo da pesquisa foi investigar e discutir como os trabalhos acadêmicos se posicionam diante desta temática (padrão corporal) no âmbito escolar. Metodologicamente, optamos pela revisão integrativa da literatura narrativa por entendermos que essa proposição nos concede maior liberdade para discutir e construir o percurso pretendido no estudo. Com isso, concluímos que a influência midiática na atualidade tem impactado relevantemente a sociedade, asseverando e ditando, de forma implícita, ritmos a serem seguidos. Ademais, elas acabam condicionando “padrões” estabelecidos a um estilo de vida, que, por sua vez, passam a fazer parte de seus respectivos contextos, uma vez que tais ferramentas, ao evidenciarem modelos que não se encaixam à maioria das mulheres, -induzem a idealização irreal resultada na busca pelo “ter” deliberadamente consumista.

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Publicado

17.10.2023

Edição

Seção

Corpo, Cultura e Escola

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